O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), por meio da Casa da Mulher Alagoana, reuniu, nesta sexta (21), instituições municipais no II Encontro da Rede de Proteção às Mulheres Vítimas de Violência Doméstica em Alagoas.
O evento promoveu o diálogo sobre a atuação conjunta na defesa da mulher e contou com a presença de representantes de prefeituras e de Creas (Centros de Referência Especializados de Assistência Social).
O juiz Thiago Morais representou o presidente do TJAL, Fábio Bittencourt, no encontro. "O evento fortalece o debate. Somente com trabalho em conjunto podemos dar o melhor encaminhamento de soluções e melhorar a rede de proteção às mulheres, para que elas possam viver sem medo e exercer suas funções de forma plena".
A juíza Eliana Acioly Machado, coordenadora da Mulher do TJAL, explicou as atividades desenvolvidas pelo setor. "Mostramos o que é a Coordenadoria da Mulher, o que ela representa e seu papel para a rede de proteção dentro do estado, para que cada um dos atores dessa rede fortaleça seus papéis na defesa da mulher".
A coordenadora da Casa da Mulher Alagoana, Paula Lopes, palestrou sobre as funções da Casa. "É importante permitir que as entidades conheçam o trabalho do TJAL e compreendam como funciona essa dinâmica dentro do sistema de justiça. E, promovendo essa interação, vamos fazer com que as vítimas se sintam amparadas e as profissionais entendam que podem contar com o Poder Judiciário", finalizou.
Para a educadora social Eliane Pinheiro, o encontro foi positivo. "Ajuda os participantes a orientar melhor as mulheres que sofrem violência, incentivando a denunciarem e não se calarem diante da agressividade. O encontro apresentou o trabalho da rede, o que nos auxilia a contornar algumas fragilidades que temos no estado".
Dados
Ainda no evento, foi apresentado relatório de 2023 sobre o perfil da mulher vítima de violência doméstica. O trabalho foi feito pela professora de Serviços Sociais Andrea Pacheco, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal).
A docente classificou os casos registrados por idade, etnia, bairro e apontou especificidades, como número de estupros e de feminicídios no estado, no ano da pesquisa.
- 12.280 casos de violência doméstica foram registrados em Alagoas nesse período;
- 43% das vítimas tinham entre 25 e 34 anos;
- Mais de 8 mil casos foram praticados contra mulheres negras;
- Benedito Bentes e Cidade Universitária tiveram mais de 1.200 casos;
- Alagoas também registrou 1.191 casos de estupro e 19 casos de feminicídio em 2023.