O réu Alison José Bezerra da Silva, está sendo julgado nesta terça-feira (6) no Fórum da Capital, localizado no Bairro Duro, em Maceió, pelo assassinato da esposa, que foi morta a facadas, em julho de 2022. O juiz responsável pelo caso é Yulli Roter.
O acusado, ao ser interrogado, confessou ter matado a mulher, mas alegou não se lembrar dos detalhes do crime. Ele é acusado de homicídio triplamente qualificado, com os agravantes de motivo torpe, meio cruel e feminicídio.
A irmã da vítima, Cleonice das Dores da Silva, prestou depoimento nesta manhã ao promotor de Justiça, Antônio Vilas Boas, assistente de acusação.
Ela afirmou que a família nunca aceitou o relacionamento, porque o réu era violento e que a vítima ligava para ela pedindo oração porque estaria vivendo “um processo conturbado”.
“Os filhos dela eram proibidos de sentar perto da família. Ele chegou a colocar câmeras até no escritório dela para ouvir as conversas dela com os clientes”, disse.

Além disso, o acusado teria a mania de ligar para a vítima por chamada de vídeo para rastreá-la. A irmã também contou que, no dia do crime, ele deixou todas as câmeras ligadas, menos a da cozinha onde ele cometeu o crime.
A mulher, também, revelou outras situações de extrema violência do acusado, como no dia em que por conta de alguns pratos sujos na pia da cozinha, ele teria quebrado diversos objetos da casa durante um momento de fúria. “Os filhos não gostavam dele porque eram acostumados a ouvi-lo chamando Aparecida de vagabunda”, disse.
Relembre o caso
A vítima, a advogada Maria Aparecida da Silva Bezerra, foi morta a facadas, no bairro do Antares. Após assassinar a esposa dentro de casa, o réu tentou se matar com uma facada no pescoço e outra no tórax, mas foi socorrido para o Hospital Geral do Estado (HGE), submetido a cirurgia e sobreviveu.
Após receber alta médica, foi levado para o presídio. De acordo com a perícia, a advogada de 54 anos foi atingida por 14 facadas, no pescoço, tórax, seios e abdômen. Alison Bezerra utilizou duas facas para cometer o crime e tentar suicídio.
Na manhã do crime, o denunciado ligou para familiares, dizendo que cometeria suicídio, mas ao ser verificado dentro da residência, a vítima já estava morta com diversas marcas de golpes de faca pelo corpo, enquanto o denunciado estava com um ferimento no pescoço após ter atentado contra a própria vida.