Se tem uma coisa que é quase certeza agora, é que quando ligarmos nossa Netflix, Amazon Prime, Globoplay ou outro sistema de streaming, uma das opções que aparecerão logo de cara como “novidade” serão do gênero True Crime. 

No Brasil e no mundo esse tipo de conteúdo virou uma certa febre. Com o desenvolvimento de novos formatos, ainda por cima, como o On Demand e os podcasts, então, o assunto só cresce, e junto com ele o interesse do público. Segundo pesquisa encomendada pela ExpressVPN, o desenvolvimento da tecnologia tem tudo a ver com esse crescimento também.

Entendendo o que é conteúdo de True Crime

Antes de mais nada, é preciso esclarecer o que é True Crime. O nome, claro, ajuda bastante: crimes reais, ou seja, casos que não são fictícios – ou, no mínimo, não 100%. Claro que histórias inspiradas em casos de verdade podem ser classificadas dessa forma, mas o True Crime é um pouco diferente.

True Crime é quase sempre a apresentação de um caso real de crime – geralmente dos mais violentos, como assassinatos, sequestros e coisas do tipo. Pode até haver alguma ficcionalização, como o uso de atores para simulações superficiais, mas o foco sendo a narração em off, as entrevistas com envolvidos (policiais, vítimas, amigos e familiares de ambas vítimas e criminosos e, em alguns casos, até com o próprio criminoso) e afins.

Outra diferença é que o True Crime costuma se dar melhor no formato documentário – e nem sempre como vídeo, diga-se. O streaming é um excelente meio para o True Crime, e muitas vezes o programa que era apenas áudio “evolui” para um filme ou série. Um exemplo recente disso é o “Caso Evandro”, que começou como um podcast e se tornou um seriado documental de amplo sucesso.

Por que o público se interessa por True Crime?

O interesse por crimes não é fenômeno novo – aliás, ele é anterior ao século XX, inclusive. Em se tratando de consumo em massa desse tipo de coisa, é possível traçar as origens até os jornais da Inglaterra Vitoriana (1840-1900, aproximadamente), que se valia de todo seu sensacionalismo no famoso caso de Jack, o Estripador, para vender mais cópias de jornais.

De certa forma, a mídia impressa continua explorando os crimes sob várias óticas até hoje – e não à toa no Brasil se diz que “se espremer, sai sangue” quando estamos em posse dos tabloides ou jornais popularescos.

De qualquer forma, com o desenvolvimento da mídia e da tecnologia, o assunto True Crime nunca saiu de moda pra valer. Como sempre existiram crimes, sempre existiram pessoas interessadas neles, e isso se mantém firme.

Streamings investem pesado no gênero

Claro que, enquanto produto de mídia, como qualquer segmento do entretenimento, os conteúdos de True Crime vivem ciclos de maior ou menor popularidade. É inegável, porém, que, de certa forma, o True Crime havia sido deixado de escanteio nos últimos anos – talvez pela concorrência das então inovadoras redes sociais.

Quando ninguém havia ouvido falar em podcast ainda, a Globo fazia sucesso com o programa “Linha Direta”, que seguia exatamente esse conceito: analisar crimes reais, contando a história através de um narrador (os próprios apresentadores do programa) e simulando o que havia acontecido com atores.

Com grande apelo popular, especialmente por tratar quase sempre de casos em que o criminoso continuava foragido, o programa foi um sucesso durante anos, até ser tirado do ar em 2007. Dali em diante, embora o formato nunca tenha sido completamente abandonado, tornou-se algo considerado démodé – até recentemente.

Com o surgimento dos podcasts, uma forma mais acessível para que pessoas comuns (e não jornalistas, cineastas, etc.) contassem histórias, o gênero voltou a ganhar força. Foi justamente nessa onda que os streamings modernos, como Netflix e Globoplay, voltaram a surfar. De uns anos pra cá existem centenas de conteúdos para serem explorados nesse segmento, e sem previsão de diminuição. Até o Linha Direta voltou ao ar, em 2023.

Para alguns desses conteúdos, aliás, pode ser que você precise usar uma VPN, porque nem todos estão disponíveis no Brasil, já que a rede virtual privada permite acessar conteúdos que tenham algum tipo de barreira geográfica para o público brasileiro.

Conteúdo de True Crime brasileiro

Assim como foi exposto acima e na matéria da ExpressVPN, o Brasil não escapa da influência e interesse do True Crime que se vê no mundo. A mídia brasileira sempre teve tradição na área, é verdade, e o crescimento desse tipo de conteúdo nos streamings é mais um sintoma do interesse do que uma causa dele.

Crimes famosos no Brasil ganharam uma ou várias versões nos livros, cinema e rádios. Terem virado também conteúdo de televisão e, mais recentemente, internet, portanto, não impressiona.

Há muito conteúdo de True Crime interessante sobre casos brasileiros e você pode se aprofundar mais olhando a matéria da ExpressVPN. Para quem gosta de ver investigações reais narradas pelos próprios policiais e detetives, além de entrevistas com sobreviventes, e ainda amigos e familiares de vítimas, “Investigação Criminal” é uma boa pedida. 

São 10 temporadas dedicadas a cobrir alguns dos casos mais famosos do Brasil, como as mortes de Eliza Samudio, casal Richthofen, os crimes do Maníaco do Parque e muitos outros. Há também documentários, como o famoso “ônibus 174”, de José Padilha – que anos depois dirigiria os dois aclamados volumes de “Tropa de Elite”. Opções não faltam nas principais plataformas de streaming, isso é fato.