Eu fui uma criança curiosa e sempre tive interesse por saber a origem dos nomes, o significado oculto das palavras. Criada no Sertão, o Agreste faz parte do meu caminho e Arapiraca é uma memória afetiva que trago desde a infância. Quando recebi, emocionada, a notícia que a Câmara de Vereadores do município havia me concedido o título de Cidadã Honorária, me passou um filme na cabeça, das muitas vezes que visitei a cidade, desde a infância.
Lembrei que o nome sempre chamou minha atenção. Ao procurar saber sua origem, descobri que tem tudo a ver com o surgimento da própria cidade: foi embaixo de uma árvore chamada Arapiraca que o pioneiro, Manoel André, parou para descansar. Segundo a tradição popular, a partir daquela sombra ele sonhou com uma cabana, depois um povoado e quando viu a frondosa árvore tinha em torno de si uma vila, que já se tornava tão grande quanto as cidades vizinhas.
A árvore Arapiraca, que passou a dar vida e nome ao povoamento, é uma espécie de angico branco, bastante comum no Agreste e no Sertão de Alagoas. De origem indígena, a palavra significa "ramo que a arara visita". E foi com esse começo tão poético, que o lugar se tornou o segundo maior município de Alagoas, com uma população hospitaleira e vibrante, que tem orgulho de sua terra e de sua história.
Como disse no início do texto, minha curiosidade e vontade de aprender sempre me trazem a Arapiraca, para viver novas experiências e conhecer suas expressões culturais. São manifestações de seu povo que se materializam na Festa da Padroeira, Nossa Senhora do Bom Conselho; nos festivais de música que animam a cidade e revelam novos talentos; nas feiras que movimentam o artesanato local; na rica gastronomia; na literatura e, sobretudo, na vontade de fazer acontecer que marca o arapiraquense, com sua identidade única.
Como pude destacar no discurso, durante a homenagem na Câmara Municipal, como secretária de Cultura e Economia Criativa, tive a chance de apoiar muitas dessas ações, com um retorno positivo para a cidade e seu povo. O Festival de Cinema, a Mostra Alagoana de Dança, o Festival Em Cantos de Alagoas, o Festival de Cultura Nerd do Agreste, o Festival do Rock, os festejos juninos, a Parada LGBTQIAPN+, além da política estadual de editais que democratiza a recursos públicos e beneficia muitos artistas e fazedores de cultura dessa terra tão criativa.
Uma criatividade que se manifesta em todos os segmentos. A economia é diversificada, com seu comércio vibrante e um setor de serviços que atende um número cada vez maior de pessoas, a cada semana, principalmente das cidades vizinhas. Graças à localização geográfica, bem no centro do estado, abraçou sua vocação de cidade grande e se tornou potência regional, um polo de desenvolvimento.
Eu disse durante o discurso, que aceito com humildade e determinação o título de Cidadã Honorária que me torna, também, arapiraquense. Esse ato tão simbólico teve como proponente o meu amigo, vereador Wellington Magalhães, e foi aprovado por unanimidade por todos os vereadores, a quem mais uma vez deixo meu agradecimento e sincera emoção. Tudo isso reafirma meu compromisso com essa terra incrível, da qual a partir de agora faço parte.
Com esse título, me torno conterrânea dos arapiraquenses. Vocês me adotaram e, com isso, faço parte oficialmente dessa cidade linda, que me surpreende sempre pela hospitalidade, generosidade e força de trabalho do seu povo, que também passou a ser meu. Obrigada, Arapiraca. Estarei sempre aqui com todos vocês.