Enem: um jovem cheio de desafios

07/11/2023 09:50 - Avança+
Por redação
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O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) completa 25 anos em 2023 e, assim como todo jovem brasileiro, enfrenta seus próprios desafios. Um dos maiores, sem dúvida, é manter a elevação do número de inscritos. Esse ano, mais de 3,9 milhões de pessoas estão fazendo as provas, entre o último domingo (5) e o próximo (12). 

O dado indica uma retomada, se comparado ao biênio anterior, que não ultrapassaram os 3,5 milhões de inscritos. Mas ainda está longe do recorde obtido em 2014, quando 9,5 milhões de estudantes prestaram o exame. 

A explicação para essa questão reflete a própria dinâmica da sociedade nos últimos dez anos. Além das sucessivas crises econômicas que levam os jovens, principalmente os mais pobres, a buscar uma vaga de trabalho cada vez mais cedo, tivemos uma pandemia, nesse período, que amplificou as incertezas, afetando ainda mais a perspectiva dos jovens em relação ao futuro.

Criado em 1998 para avaliar o desempenho dos alunos do ensino médio, o Enem continua sendo a principal via de acesso ao ensino superior no Brasil. O exame também é o indicador usado na distribuição de bolsas de estudo e financiamento estudantil. Sem a nota do Enem é impossível se candidatar a uma vaga na graduação via Sisu, ProUni ou Fies, por exemplo.

O número de inscritos também reflete a ameaça constante da evasão escolar, ou seja, para elevar o número de participantes precisamos fomentar cada vez mais a permanência dos alunos na escola. Uma possibilidade é a adoção de programas como o Cartão Escola 10, de estímulo à frequência em sala de aula e à conclusão do  Ensino Médio.

A entrada precoce e forçada no mercado de trabalho informal afasta os jovens das salas de aula. Tudo isso se agravou com as sucessivas crises enfrentadas pela Educação no governo anterior, quando o MEC deixou de fazer o dever de casa em nome das pautas ideológicas que monopolizavam a mídia. 

A proposta e implementação do então chamado Novo Ensino Médio não foi discutida com a amplitude necessária, por quem faz a educação, conforme abordei no último artigo. Também não foi criado nenhum sistema robusto, que permita o acompanhamento do aluno em cada fase do processo de aprendizagem, o que resulta em muitos estudantes fora da escola, sem completar o ensino médio ou mesmo o fundamental. 

Os desafios são enormes, mas a vontade de trabalhar pela Educação no Brasil é ainda maior. Como deputado, tenho me posicionado ao lado dos segmentos que representam a linha de frente dessa luta: alunos, professores e servidores. Como vice-presidente da Comissão de Educação da Câmara venho buscando ampliar o diálogo e encaminhar as melhores propostas.

Em Alagoas, nosso mandato abre outra frente com os estudantes que se preparam para o Enem. Com o apoio de professores de todas as áreas de conhecimento e de uma psicóloga, levamos aulões de revisão para o exame a todas as regiões de Alagoas, em polos como Maceió, Penedo, São Miguel dos Campos, Piranhas e Delmiro Gouveia, reunindo alunos dos municípios vizinhos. E aqui meu agradecimento especial a cada um que topou participar dos aulões por acreditar na educação pública de qualidade e em mais oportunidades para os nossos jovens.

Segundo dados do Inep, são 82.762 alagoanos inscritos, majoritariamente jovens, que estão fazendo as provas em 26 municípios. As mulheres são a maioria, com 50.435 inscritas, sendo 32.327 o número de homens. Pretos e pardos somam 56.770, a maioria absoluta. Os outros 25.992 inscritos são brancos, amarelos e indígenas.

Para mim, não importa o gênero, a cor da pele ou a classe social. Todos são alagoanos em busca de uma nova oportunidade. Faço questão de acompanhar tudo de perto. Durante o ano inteiro, visito as escolas, converso com os alunos, participo dos aulões e transmito sempre a mesma mensagem: vocês são os protagonistas de suas vidas, cada passo dado é uma conquista. Torci muito no domingo e continuarei torcendo no próximo. Contem comigo, sempre! 

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