A trombose venosa é caracterizada pela presença de um coágulo (trombo) dentro de uma veia, que se forma, de maneira simplificada, devido a fatores genéticos e ambientais, associados à lesão da parede interna da veia, dificuldade do sangue circular e aumento da viscosidade sanguínea.  

Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), a doença atinge mais de 180 mil brasileiros todos os anos e é responsável pela internação de cerca de 113 pessoas, todos os dias no país, na rede pública, para tratar o problema.  

A pandemia também influenciou no aumento do número de casos, já que durante esse período ocorreu uma mudança de rotina da população e a grande maioria parou de se exercitar, descuidou da alimentação e aumentou o consumo de álcool e cigarro.

“Algumas condições que geram problemas circulatórios aumentam o risco de trombose, como a presença de varizes de membros inferiores; a obesidade; idade superior a 60 anos; imobilidade ou mobilidade reduzida; história prévia de trombose venosa profunda; tabagismo; e algumas condições cirúrgicas e clínicas, como doenças crônicas e câncer”, explica a cirurgiã vascular e angiologista Dra. Mary Falcão.  

De acordo com a especialista, na maioria dos casos a trombose surge em apenas um membro. Sobre os sintomas, ela diz que em alguns casos a trombose venosa pode acontecer de forma assintomática, mas na maioria dos casos há sinais e sintomas que devem ser observados:  

- Dor de forte intensidade nas pernas, principalmente nas panturrilhas, podendo chegar até o pé e o tornozelo. Surge de forma súbita e é persistente;  

- Sensação de queimação na região afetada;

- Mudanças na cor da pele da região afetada pela doença, que começa a ficar vermelha ou azul;

- Edema (inchaço) na perna afetada;  

O tratamento da trombose pode ser feito por meio do uso de medicação anticoagulante, além de analgésicos para controle de dor e meia elástica para auxiliar o retorno venoso, mas vale reforçar que o mais importante ainda é a prevenção da doença que pode ser feita por meio de cuidados com a saúde e bons hábitos.  

“Evitar os fatores de risco que podem ser evitados e cuidar da sua saúde vascular por meio de bons hábitos de vida e acompanhamento médico pode reduzir os riscos de desenvolver a trombose. Musculação e atividade física regular, hidratação adequada, diminuição do consumo de álcool, não fumar, manter uma rotina de sono equilibrada e de qualidade, usar meias elásticas em viagens prolongadas e, quando indicada, profilaxia com anticoagulantes após cirurgias e internações também auxiliam na prevenção da trombose venosa”, finaliza a cirurgiã vascular.