O Departamento Estadual de Trânsito de Alagoas (Detran/AL) divulgou um levantamento sobre os acidentes de trânsito registrados em todo o Estado. Os dados, organizados pelo Registro Nacional de Acidentes e Estatísticas de Trânsito (RENAEST), apontam que, em 2022, ocorreram 2.571 sinistros de trânsito no território do estado de Alagoas. 

Desse total, cerca de 47,8% (1.228 registros) ocorreram na Região Metropolitana de Maceió (RMM), representando uma forte concentração de ocorrências e uma região crítica a ser estudada. Ainda das ocorrências na RMM, cerca de 60,3% (739 ocorrências) foram registradas em rodovias federais (294) e estaduais (445) da região.

O município da Barra de São Miguel é o que possui a maior taxa de sinistros por 100 mil habitantes, com uma média de 364,9. Em seguida, vêm os municípios de Marechal Deodoro (243,56), Paripueira (142,95) e Barra de Santo Antônio (85,34).

Coqueiro Seco, Messias e Murici não registraram nenhum sinistro durante todo o ano passado. Já os menores números de acidentes foram em Santa Luzia do Norte (1), Satuba (3), Atalaia (4) e Pilar (4).

Ocorrências por rodovias

A AL-101 é a que apresenta o maior número de ocorrências (305), concentrando 41,2% dos sinistros registrados nas 15 rodovias da Região Metropolitana de Maceió. Destacam-se também os números da BR-104 (197), BR-316 (95), AL-105 (59) e AL-215 (49). As rodovias atravessam trechos onde houve processo de urbanização e possuem características de vias arteriais nos municípios. Juntas, essas cinco rodovias concentram 95,4% dos sinistros.

Dentre os tipos de sinistros, destacam-se as colisões traseiras, laterais e transversais; os choques de ângulos não especificados e os atropelamentos de pedestres. A falta de atenção do condutor foi a causa registrada mais recorrentemente, seguida da desobediência às normas de trânsito pelo condutor e de não guardar a distância de segurança.

O excesso de velocidade representa apenas 3,8% das causas apontadas. O relatório avalia que o número “certamente está relacionado à ausência de equipamentos de controle de velocidade na maior parte dos trechos rodoviários investigados, mas principalmente à não aplicação de ferramentas metodológicas de levantamento de dados que possibilitam a estimativa da velocidade, com base no estudo da dinâmica do choque e nos vestígios deixados no local, tais como a análise das posições finais dos veículos, os danos causados neles, e marcas de frenagem no pavimento”. 

Distribuição temporal

Os sinistros acontecem, em sua maioria, na sexta, sábado, domingo e segunda. Considerando ser uma região litorânea e turística, o estudo relaciona estes sinistros ao consumo de bebida alcoólica por parte dos condutores.

Dos 739 acidentes registrados nas rodovias estaduais e federais, 65 resultaram em mortes no trânsito e 42 foram atropelamentos de pedestres - que representa 23,7% dos sinistros com mortes.