No último final de semana, o governador Paulo Dantas recebeu um choque de realidade: foi vaiado no Ginásio do SESI, no encerramento de um encontro evangélico.
Foi algo novo para ele, que só transita em ambientes fechados ou com público controlado, que tem por missão bradar elogios – “lindo”, “maravilhoso”, “Mandela caeté”- e o aplaudir até não mais poder.
Rapidamente, o Palácio passou a divulgar pesquisas em Maceió dando a Dantas uma aprovação maior até do que teria a cantora Anitta junto ao público mais popular.
Se não colou muito, veio a sequência: os palacianos passaram a espalhar que a culpa pela vaia foi de JHC, adversário de Dantas.
Não entro no mérito do “debate”, até porque não distingo um do outro. Ambos são da escola do marketing político a partir do pouco ou quase nada.
Em minha opinião, o último bom prefeito que Maceió teve foi Ronaldo Lessa (que não me elogiava quando estava no poder).
Mas não vem ao caso.
Fato concreto é que está na hora de o governador deixar o Mundo Encantado de Paulo Dantas para viver a vida real: nela vai haver aplausos, mas a vaia também faz parte do show, principalmente quando o artista desafinar.
“A grande vaia é mil vezes mais forte, mais poderosa, mais nobre do que a grande apoteose. Os admiradores corrompem” – Nelson Rodrigues.