As eleições do Conselho Regional de Medicina de Alagoas (CREMAL) estão marcadas para os dias 14 e 15 de agosto. Este ano, duas chapas estão concorrendo à presidência do órgão, o que tem gerado debates sobre a polarização no Conselho.

O CadaMinuto entrevistou os candidatos das duas chapas, que compartilharam suas propostas para a categoria e as mudanças que desejam implementar no CREMAL, caso sejam eleitos.

Neste sábado (05), o médico Marcos Gonçalves, representando da Chapa 2, compartilhou as propostas para o Conselho. Confira abaixo a entrevista na íntegra:

Quais são as propostas da Chapa 2 à classe médica?

Nossas propostas incluem 11 eixos. Temos um eixo de, por exemplo, educação continuada: queremos melhorar os cursos que o CRM fornece para a população médica, trazer cursos científicos baseados em medicina, com evidência científica robusta. Queremos trazer também outros tipos de curso, que fazem parte do dia a dia médico e que o profissional não tem oportunidade de ter durante a graduação ou até depois, que são cursos de marketing, cursos de contabilidade, administração financeira, gestão. Queremos fazer um curso, também, de conselheiro para que os médicos que não fazem parte do CRM tenham a oportunidade de saber como o CRM funciona e, com esse curso, já entrar no Conselho, numa próxima gestão, sabendo seu funcionamento e quais são as atribuições de um conselheiro. 

Outra proposta é visualizar o bem-estar médico. Vemos que o médico está tendo muitos trabalhos, muita sobrecarga, e acaba tendo burnout, que é a estafa de trabalho.  Queremos fazer um grupo de apoio para esse médico, e reforçar a fiscalização para evitar que os locais onde o profissional desempenha suas atividades forcem o excesso de horas trabalhadas e o número excessivo de pacientes marcados por hora. 

A chapa pleiteia ainda ter um CRM mais participativo, que seja presente na vida do médico, com fiscalização, mostrando serviço, não só aqui na cidade de Maceió, mas no interior também. Outro ponto defendido é a instalação de uma sede na cidade Arapiraca e a realização do CRM itinerante, onde nós podemos fazer uma caravana que vá às cidades mais distantes da capital para poder fornecer serviços e escutar o médico que está no interior.

A existência de um CRM mais transparente é essencial onde os profissionais terão um Portal da Transparência, pois o atual deixa muito a desejar. Não informa onde foram realizados os gastos de maneira adequada. Queremos fazer um CRM mais transparente e informatizado, porque vemos que todo o processo administrativo dentro do Conselho até hoje é feito no papel. 

 

Hoje, quais são os principais empecilhos ao exercício da profissão, em sua avaliação?

Vemos, hoje em dia, que as unidades estão diminuindo o número de médicos e  sobrecarregando os profissionais que estão no plantão. De vez em quando vemos que eles não deixam o médico, por exemplo, sair da sala onde ele está atendendo para fazer um descanso leve. Outra coisa é o aumento no número de pacientes atendidos por hora por cada médico que trabalha no posto de saúde, por exemplo. Isso diminui a qualidade do atendimento que a população vai receber. Se o médico precisa atender 10, 20 pacientes no período da manhã, a qualidade de cada atendimento fica prejudicada. Temos que fazer uma fiscalização ativa desses quadros e da qualidade do local onde o profissional trabalha além de observar a remuneração adequada. 

 

O que a chapa pretende mudar no Conselho, caso eleita?

O ponto principal é a participação. Fazer um CRM mais participativo. Estando ativamente com os médicos, presentes nas unidades fiscalizando e trazendo o médico para dentro do Conselho. Atuando inclusive nas redes sociais. A gente vê que o CRM hoje quase não tem nada de rede social. Vamos elaborar um Instagram ativo, fazer podcasts, cursos que fiquem no portal do CRM, onde o médico possa participar e tirar suas dúvidas. Temos que fazer um portal de denúncias anônimas no site do CRM, que é outra coisa que está faltando hoje em dia. Precisamos participar mais das políticas públicas. Vemos que o Conselho não participa, junto com as sociedades científicas do estado de Alagoas (Sociedades Alagoanas de Pediatria, de Infectologia, de Nefrologia). É preciso promover a conversa e manter um diálogo constante com essas sociedades, buscando melhoria no atendimento, da saúde pública e a participação efetiva nas políticas públicas de saúde. É preciso fazer isso: um CRM mais participativo, mais transparente e do qual o médico alagoano tenha orgulho. Queremos que o CRM do estado de Alagoas seja referência no Brasil entre os Conselhos Regionais de Medicina.

 

Após tantas discussões referentes ao exercício da Medicina durante a pandemia, acredita que a categoria teve um "enfraquecimento" na visão da sociedade?

Com certeza, principalmente após a pandemia. Tivemos grandes heróis na pandemia, que defenderam o uso da vacina, que defenderam o não uso de remédios que são ineficazes. Essas pessoas têm que ser homenageadas. Foram elas que fizeram com que a pandemia terminasse. E a gente não viu esse posicionamento dentro do Conselho Regional de Medicina. Não viu muito no Conselho Federal de Medicina e, muito menos, no Cremal. Pelo contrário, vimos uma situação e um posicionamento muito duvidosos do Conselho. Por isso, a gente acredita que teve esse enfraquecimento. Vimos um Conselho de Medicina que não estava seguindo a ciência e isso o enfraqueceu bastante. Ao entrarmos no CRM, nós vamos mostrar um Conselho forte perante a ciência e perante as sociedades médicas, pois seus integrantes são estudiosos, e professores, que sabem do que estão falando. 

 

Quem são os integrantes da Chapa 2?

Adalcyr Cunha de Souza Junior

Camilla da Costa Pimentel Sampaio

Claudio Fernando Rodrigues Soriano

Cynthia Mafra Fonseca de Lima

Fabio Castanheira

Gustavo Mendonça Ataíde Gomes

Gustavo Castro Guimarães

Josemilton Rodrigues De Araújo

Pedro Henrique Oliveira de Albuquerque

Maria de Fátima Alecio Mota

Marcel Davi Loureiro de Melo

Marcos André Ramalho Martins

Marcos Reis Goncalves

Marcus da Rocha Sampaio

Mardjane Alves de Lemos Nunes

Marília Magalhães Morais Freire

Raissa de Andrade Presmich

Miqueias Silva Damaceno

Ana Lúcia Ramos da Silva

Rodrigo Santana de Luna Batista

Vítor Dantas Cerqueira

Silvana Maria Ferreira Cavalcante

Thomas Bernardes Lopes

Nelba Maria Alves Macêdo Lima

Luis Maxwell Bastos Leite

José Ulisses Pereira da Silva

Gabriel Marcelo Rego de Paula

Íris Sampaio Costa de Alencar

Igor de Souza Canellas

Rafael Vieira Morais

João Henrique Chagas Soares

Maria Júlia Marcolin

João Augusto Facchinetti dos Santos

Mariane Soriano Duarte Prado Tenório

Mayara Mônica Barbosa de Melo

Clelia Rocha Miranda

Rosiane Maria Almeida Campos

David Costa Buarque

Guacyra Margarida Batista de Almeida

Marcos Antônio Medeiros