Que fique claro: não precisa um veto público do presidente da Assembleia para que os parlamentares se calem, de forma constrangedora, sobre um tema.
No caso do indiciamento de Paulo Dantas, pela PF, em decorrência do “suposto” desvio de R$ 48,3 milhões, o entendimento é óbvio demais, até para quem não acompanha o que acontece na Casa, nesses tempos tão medíocres.
Ficam assim: ninguém defende Dantas, ninguém ataca Dantas.
E só para não esquecer: o dinheiro – R$ 48,3 milhões –, que teria “sumido” (abduzido?), pertenceria à mesma Assembleia.
Ainda esta semana, um personagem circulante por lá me contou que até mesmo os deputados de oposição (?), se querem algo, têm recorrer à voz maior da Assembleia.
Liberação de emenda: tem de pedir a Marcelo Victor, “nosso líder”, na definição cada vez mais entusiasmada do deputado Bruno Toledo (que “sumiu” depois que virou governo).
O tempo e a história haverão de mostrar que o silêncio de agora não é motivo de respeito ou solidariedade, mas sim de medo e vergonha.