Iniciado na manhã desta quinta-feira (13), o júri popular do ex-policial militar Josevildo Valentim dos Santos Júnior, acusado de estupro, homicídio e tentativa de homicídio, foi cancelado hoje à tarde, depois que o advogado do réu abandou o Plenário, no Fórum do Barro Duro.
A informação foi confirmada pela assessoria de Comunicação do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ/AL). Segundo o Poder Judiciário, o cancelamento se dá por abandono processual por parte do advogado, Luiz Estevão Perez.
O Ministério Público Estadual destacou, por meio de sua assessoria, que a defesa abandonou o plenário após a sustentação oral da Promotoria. “O promotor posicionou-se e pugnou pela aplicação de multa, o que foi acatado pelo juiz que arbitrou multa de 20 salários mínimos”, informou.
A partir de agora, o réu terá até cinco dias para constituir nova defesa. Ainda não há previsão sobre a data do novo júri popular.
O júri
Presidido pelo juiz Yulli Roter Maia, o júri popular começou com o depoimento da vítima sobrevivente, Agnísio dos Santos Souto. Foram ouvidos também o pai de Agnísio e o irmão da vítima fatal, Aparecida Rodrigues Pereira.
O promotor Frederico Monteiro defendeu que Josevildo seja condenado por homicídio qualificado por motivo torpe, meio que dificultou a defesa, intenção de ocultar outro crime (o estupro), e contexto de feminicídio: "Existem provas robustas, significativas, todas bem correlacionadas, muito bem casadas", afirmou.
O réu confessou o crime, e o advogado Luiz Estevão Perez explicou que a defesa sustenta que Josevildo não deve ser condenado, pois sofre de esquizofrenia e psicose, e seria portanto inimputável, além de ser usuário de drogas.
O caso
Em 15 de outubro de 2019, segundo os autos, Aparecida e Agnísio - que tinham um relacionamento amoroso - estavam na porta de casa, na Ponta Grossa, quando Josevildo, que trafegava pela região com seu veículo, se aproximou do casal e os rendeu utilizando uma arma de fogo.
Agnísio relata que o Josevildo ordenou que as vítimas entrassem no carro, e foi colocado na mala do veículo, enquanto Aparecida ficou no banco do passageiro. Josevildo dirigiu até o Pontal da Barra. Ao chegar no local, o acusado iniciou o estupro.
Em seguida, o réu abriu a mala do veículo e ordenou que Agnísio saísse. Josevildo disparou quatro vezes contra ele, tendo um dos tiros acertado a vítima na nuca. Em seguida, o réu disparou duas vezes contra Aparecida, que morreu no local.
*Com assessorias