O valor é estimado e pode até ser maior. 

Fato é que o que já se sabia à boca miúda, finalmente chega a público, como um pedido de socorro. Os hospitais da rede privada que prestam serviços pelo SUS cobram do governo do Estado o pagamento que lhes é devido.

Segundo a nota pública, postada baixo, em alguns casos o calote chega a dez meses. 

(Veja também nota da Sesau abaixo.) 

É muito em qualquer lugar do mundo.

Há um temor de retaliação por parte dos hospitais, que, finalmente, resolveram tornar pública a “situação delicada”, provocada pelo atraso no pagamento pelo governo Paulo Dantas - tanto que eles não quiseram dizer o valor do débito milionário.

Que os leitores e leitoras tirem as suas próprias conclusões.

(Que caos!) 

NOTA DE ESCLARECIMENTO 

Os associados ao Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Alagoas (Sindhospital), abaixo nominados, vêm externar uma situação extremamente delicada provocada pelo atraso no pagamento dos incentivos Promater e Mais Saúde, por parte da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), aos hospitais privados e filantrópicos.

Tal situação penaliza a população alagoana que depende do Sistema Único de Saúde (SUS) e conforme dados do Ministério da Saúde, referentes ao ano de 2022, as redes privada e filantrópica de Alagoas responderam por 67%, ou seja, 139,7 milhões dos procedimentos hospitalares pelo SUS, contra 33% (66,8 milhões) da administração pública.

Sem o repasse, os dirigentes dos hospitais temem a suspensão dos serviços à população porque estão  impossibilitados financeiramente de efetuar os pagamentos dos médicos, dos empregados, fornecedores e encargos. 

Os hospitais privados e filantrópicos são os maiores responsáveis pelas cirurgias eletivas de média e de alta complexidade no Estado e o atraso dos repasses compromete a compra de insumos e alimentação a fim de atender a demanda diária das unidades de saúde.

Ambos os programas de incentivo funcionam com recursos do Fundo Estadual de Saúde (FES) para hospitais que atendem pelo SUS. No caso de alguns hospitais, o repasse por parte do Governo do Estado de Alagoas não acontece há dez meses.

O setor lamenta a situação, mas, devido ao seu compromisso com os alagoanos, se viu na obrigação de compartilhar tal situação.

Sindicato dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de Alagoas 

(Sindhospital) 

Liga Alagoana contra a Tuberculose - Hospital Sanatório

Santa Casa de Misericórdia de Maceió

Hospital Veredas

Santa Casa de Misericórdia de São Miguel dos Campos

Santa Casa de Misericórdia de Penedo

Hospital Vida 

São Vicente de Paula – União dos Palmares

Casa de Saúde Santo Antônio

Hospital Médico Cirúrgico de Alagoas

Maceió (AL), 31 de maio de 2023.

                                                       ESCLARECIMENTO DA SESAU

Sobre nota do Sindhospital, esclarecemos o seguinte:

1-De janeiro até esta data do ano em curso, pagamos aos hospitais privados, privados-filantrópicos e privados-beneficentes um montante de R$ 85.536.464,84.

Outros valores, eventualmente devidos, encontram-se em análise por se tratar da rubrica "Incentivos", que obedece um regime diferente de auditoria. 

É bom frisar: o financiamento das instituições mencionadas também ocorre pelo recebimento mensal de vários outros recursos públicos, como Produção SUS, emendas parlamentares, convênios, planos e particulares.

Continuamos firmes, mantendo o diálogo aberto com o Sindhospital e os prestadores de serviços à saúde, no sentido do interesse público e do benefício da sociedade alagoana.