Nascida em Major Izidoro Sertão de Alagoas. atualmente reside na comunidade Carrasco em Arapiraca 

A longevidade e a memória de Dona Maria Sena de Lira encanta com sua alegria e bom humor. Com mais de um século de vida tem uma vitalidade e memória impressionantes, de fazer inveja a qualquer um de nós. Neste domingo (14), em homenagem ao Dia das Mães, ela relembra e conta histórias que esta simpática senhora vivenciou durante os 106 anos de vida.


Nascida em 01 de março de 1917, Maria Sena é natural de Major Izidoro, no Sertão alagoano. Sendo a caçula entre os oito irmãos, quando tinha por volta de 7 a 8 anos de idade, foi retirada dos pais para ser criada por outra família. Ela relata como ocorreu esse momento em sua vida. 

"Um sobrinho do meu pai era bandido e meu pai foi preso pela polícia com a intenção de que ele soubesse informar algo. Minha mãe saiu de casa e foi com os oito filhos tentar falar com o coronel Lucena pra soltar meu pai. O coronel Lucena Magalhães era um homem muito conhecido por ter participado da logística que organizou a volante que matou lampião e seu bando. Ele olhou para minha mãe e disse que soltava o meu pai se ela me entregasse para ele criar”, contou.

 

Maria Sena de Lira afirmou que o coronel Lucena levou ela para morar com ele e a esposa em Maceió, na Capital do estado. Mas ele viajava muito devido à caçada ao cangaceiro mais famoso do Brasil. E em função dessa ausência de casa, ele acabou se separando da primeira esposa. Então, coronel Lucena ela Maria de Sena para Água Branca, no Sertão alagoano ser criada por um amigo dele, o juiz de direito Miguel Torres. 

Dessa fase em que morou em Água Branca, Maria de Sena relembra que morava em um sobrado com a família do juiz e presenciou a invasão do bando de lampião na casa da Baronesa de Água Branca.

"Eu e as filhas do Dr. Miguel Torres ficamos de cima do sobrado ouvindo a bala zuando e a gente gritando. O barão já tinha morrido e a baronesa tava paralítica em cima de uma cama. Lampião entrou e roubou todas as joias dela", relembrou.

Depois da infância e adolescência em Água Branca, Maria de Sena, voltou para a casa dos pais, e fugiu para Garanhuns, onde se casou aos 19 anos, em 1935. Um período que também ficou guardado na memória. 

"Eu só vestia preto em memória à morte de Padre Cícero, que aconteceu em 1934. Só tirei o luto pra me casar", contou.