A cidade de Arapiraca considerada a mais importante do interior do Estado completa o seu primeiro centenário no próximo ano com poucos ou quase nenhum monumento que preserve a sua cultura e a sua história. 

Nos últimos 50 anos, monumentos, casas antigas foram destruídas incluindo o painel sobre a evolução da cultura fumageira em um espaço privilegiado do salão nobre do Clube dos Fumicultores. O velho Clube dos Fumicultores foi vendido, em seu lugar o grupo que adquiriu o valioso patrimônio, está construído uma nova sede no bairro Massaranduba.

O novo clube fica distante cinco quilômetros do Calçadão do Largo Dom Fernando Gomes onde está a Concatedral de Nossa Senhora do Bom Conselho, em uma área de 35 mil metros quadrados. Um compromisso assumido pela construtora é a remoção do painel histórico do artista plástico Ismael Pereira, tombado pelo patrimônio histórico do município. 

Até o momento, o problema da destruição do painel é alvo de uma ação judicial movida pelo autor da obra, sendo duvidoso a sua reconstrução em sua integralidade e originalidade no novo clube, como forma de preservação de referida obra de arte, respeitando a lei. Em 2020, uma Lei Municipal tombou o mural e transformou em patrimônio do povo arapiraquense.

As residências localizadas na Praça Marques da Silva onde residiu o médico e deputado estadual Marques da Silva e a residência do então senador João Lucio foram destruídas. A antiga residência do empresário Valdomiro Barbosa foi destruída para dar lugar ao Banco Real atualmente funcionando uma outra instituição financeira. 

O casarão da Praça Luiz Pereira Lima antiga residência do ex-prefeito e líder político Luiz Pereira Lima, está com sua parte alta com as características originais, no entanto, a parte térrea onde funciona uma loja de calçados foi totalmente descaracterizada. 

O monumento com o busto do fundador da cidade Manoel André construído graças a uma campanha com shows inclusive com a presença de Roberto Carlos pela primeira vez em Arapiraca promovido pela Câmara Júnior, também foi destruído pela insensatez da gestão pública quando da reforma da Praça Manoel André.

Para o fundador, restou apenas a colocação do seu busco em frente a Antiga Matriz mas sem nenhum destaque. No local não existe nem ao menos uma placa de identificação com o nome do