O relato é de quem testemunhou uma breve conversa entre o presidente Lula, que assumirá os destinos do país em 1º de janeiro, e o presidente da Câmara, Arthur Lira.
O petista foi cirúrgico ao tratar o tema mais delicado da pauta do encontro dos dois, ontem - o resumo:
- Arthur, você segurou mais de 140 pedidos de impeachment do Bolsonaro. Eu não vou brigar com você na eleição da mesa da Câmara.
Claro que a política tem uma dinâmica própria, que deve ser respeitada e prevista - tanto quanto possível.
É lembrar: Dilma não sofreu impeachment por causa de “pedaladas fiscais” – isso é bobagem, fantasia para brasileiro ver.
A ex-presidente caiu porque perdeu apoio político no Congresso e também nas ruas, onde o movimento de direita – e extrema-direita- crescia no país.
Bastou Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal em 2016, cheio de rancor, aceitar um único pedido de impeachment para que a ex-presidente perdesse o cargo.
Lula sabe que dias difíceis virão, mas aposta que passarão com o calendário.
É na transição que ele está mirando.