Quem circula no meio já há de ter ouvido essa versão, dando conta de que foi uma banda do Partido dos Trabalhadores que comandou a vaia ao governador Paulo Dantas, esta semana.
A primeira - e inesperada pelo visto - que ele recebeu desde que se tornou governador, em 2022.
Ninguém gosta de ser vaiado, é verdade, mas isso não tira pedaço. Pode até acrescentar uma casca mais grossa a um político que está disposto a seguir adiante – e parece que é esse o caso.
Procurar um culpado visível, identificável coletivamente, parece ser um desperdício de tempo. Creio, sim, que havia petistas entre os manifestantes mais acalorados, mas Dantas há de entender – e precisa, para amadurecer – que numa mobilização de trabalhadores o tempo vai levando à inevitável radicalização.
Há uma banda do PT ferida, mas não imagino que seja a majoritária no movimento dos professores. Estes, sim, não satisfeitos com os resultados do movimento até agora e que decidiram seguir em frente.
É verdade que há petistas aliviados após a manifestação, muitos deles, porém, se não todos, estiveram com Dantas nas eleições de 2022.
Tudo jogo jogado.
Só que o troco de Dantas, como ele sinalizou, já está a caminho. Talvez fosse mais sensato abandonar as armas e tentar trazer de volta o bom e salutar diálogo.