Em Alagoas, 946.322 pessoas entraram para a estatística da inadimplência. Entre o mês de agosto para setembro, 19.236 alagoanos aparecem na lista de inadimplência, de acordo com dados da Serasa.

Ao Cada Minuto, a educadora e mentora financeira, Thayse Ingrid, destaca a importância da organização financeira pessoal e explica como controlar as finanças para gerenciar as inadimplências. 

Ainda conforme os dados, a maioria das dívidas dos alagoanos são com bancos e cartões, registrando 33,1% das dívidas totais. Em segundo lugar aparecem as contas básicas como água e luz que representam 30,5% das dívidas. Já o segmento de telecomunicações representa 3,38% e o varejo 8,89%.

A educadora e mentora financeira explica que  a facilidade de adquirir crédito, movimento dos bancos digitais e liberação de limites, são os principais fatores que contribuem para a inadimplência com bancos e cartões. 

“Hoje com o nome sem restrições é muito mais acessível conseguir limites em cartões de créditos. Hoje as pessoas têm tranquilamente 3 ou mais cartões e é aqui também que está o perigo. A soma de todos esses limites se torna muito superior ao valor que a pessoa recebe por mês”, expõe. 

Reserva financeira

Ela avalia que outro motivo para a inadimplência é a falta de reserva financeira de segurança. “Ao se depararem com situações inesperadas, como uma demissão ou um carro que quebra, por exemplo, precisam recorrer aos empréstimos junto aos bancos”, alerta a mentora financeira. 

De acordo com Thayse, as contas básicas são essenciais e devem ser priorizadas, em relação ao pagamento do cartão de crédito ou empréstimo. Para ela, em caso de contas em atraso, é recomendado buscar as empresas responsáveis e simular as possíveis negociações. Após analisar as possibilidades de parcelamento, deve escolher a que realmente cabe dentro do seu orçamento e que ela poderá honrar ao longo dos meses. 

“O nome negativado não está sujo. Ele está protegido contra você mesmo. Mostrando que nesse momento você não sabe administrar bem o crédito que lhe foi oferecido”, informa.

Ingrid analisa que é comum no processo de endividamento buscar todas as possibilidades possíveis para sair da situação. Por isso, as pessoas recorrem a novos empréstimos, renegociando cartões e pagando juros abusivos. 

“Para sair desse lugar, a pessoa deve organizar seu orçamento mensal, analisar o que pode ser cortado ou contas que podem diminuir, focar em fazer dinheiro através de outras fontes de renda e realizar um planejamento financeiro simples”, diz.

Educação financeira

Para iniciar a educação financeira, Thayse recomenda buscar a ajuda de um profissional para acelerar o processo e trazer maior clareza para as questões financeiras. Além disso, a mudança de mentalidade e o autoconhecimento são fundamentais no processo. 

“A maioria das pessoas não aprendeu a cuidar do dinheiro na infância ou adolescência, mas se manter assim hoje enquanto adulto, é uma escolha”, destaca.

*Estagiária sob supervisão da editoria