Nada do que está acontecendo ou prestes a acontecer em Brasília causa surpresa.
Ainda esta semana – amanhã, provavelmente – Arthur Lira se encontra com José Guimarães, da coordenação da campanha de Lula.
Na segunda-feira, a reunião será com o próprio presidente eleito (com Rosa Weber e Rodrigo Pacheco).
Lira, que é um pragmático/fisiológico - como a imensa maioria dos seus pares -, já está em campanha para se reeleger presidente da Câmara Federal. Teria 346 votos de deputados para conseguir seu intento (o que sempre mudar com o andar da carruagem).
O deputado do PP de Alagoas já oferece, indiretamente, ajuda ao novo governo em troca de – no mínimo – isenção de Lula na eleição do Congresso.
Pode ser.
Já agora, o novo presidente precisa reorganizar o orçamento de 2023, elaborado com todos os monstrengos da era bolsonarista, incluindo o orçamento secreto.
A pedra no meio do caminho de Lira é o senador Renan, que talvez ainda aspire voltar para a presidência do Senado, o que não parece provável nessa primeira fase do governo Lula.
Calheiros terá, sim, seu papel entre os seus pares de agora, uma Casa muito mais direitista. Ele será um nome fundamental na tropa de choque lulista no Senado.
Ele é um mestre na porradaria – necessária, ressalte-se.