Alvo do grupo governista (Dantas/Marcelo Victor/Calheiros), a Polícia Federal tem demonstrado não ter lado nas eleições deste ano.

Apesar de ser chamada de “Gestapo” pelo senador Calheiros, a chamada polícia de elite do Brasil agiu contra integrantes dos dois grupos que disputam o governo do Estado.

A primeira ação de impacto aconteceu no início de agosto, com a Operação de Pecúnia, que tirou do cargo – e prendeu, na sequência – o prefeito Gilberto Gonçalves, de Rio Largo.

É verdade: ele foi solto graças a uma decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (Recife). 

Mas a investigação, que apura o desvio de R$ 12 milhões continua – como manda a legislação.

Vieram depois o flagrante da maleta de dinheiro de Marcelo Victor, às vésperas da eleição, e a segunda fase Operação Edema, que tirou do cargo o governador Paulo Dantas.

É verdade: ele retomou o posto graças a uma decisão do STF.

Mas a investigação, que apura o desvio de R$ 54 milhões, continua – como manda a legislação.

Não me parece justo acusar a PF, que cometeu, sim, muitos erros em várias investigações, de parcialidade na disputa local. E mais: lamento que seja uma instituição policial que venha a corrigir os erros e excessos do meio político.  

Mas isso só acontece pela incompetência dos nossos órgãos de fiscalização - caros e inúteis. 

Eu já tenho mais de 42 anos de atividade profissional e já vi, sim, a PF passar por momentos muito ruins em Alagoas, de escancarada omissão.

O que só mudou, ressalte-se, quando Lula assumiu a presidência, a partir de 2003, e o delegado aposentado Paulo Lacerda assumiu a direção da instituição.

Vieram, então, as Operações Guabiru e Taturana, que se não tiveram o desfecho almejado, pelo menos pôs um freio – momentâneo, é verdade – numa turma sedenta por ter o que não era seu.

Que a Operação Beco da Pecúnia, assim como a Operação Edema, chegue até o fim, se possível recuperando o dinheiro público que vazou pelo buraco da vergonha.

Claro: onde houve desvio.