Depois da guerra total contra a PF (“Gestapo”) e a ministra Laurita Vaz (“bolsonarista”), o governador Paulo Dantas e o senador Renan Calheiros optaram pelo silêncio sobre o esquema apontado pela Operação Edema – suposto desvio de R$ 54 milhões dos cofres públicos estaduais.
Fato concreto é que os dois, pelo menos publicamente, nada mais disseram contra os seus “algozes” após a decisão coletiva do STJ, que manteve Dantas fora do cargo de governador do Estado.
É como se nada tivesse existido, inclusive os ataques à PF e à ministra que afastou o candidato a governador do MDB calheirista/victoriano.
É claro que a atuação nos bastidores, absolutamente normal, está acontecendo de forma intensa, mas depois das revelações vazadas pela PF, não parece haver algum conforto de Dantas e Calheiros sobre os eventos narrados.
Por mais que esse tipo de situação seja normalizado – e até exaltado pela turma do poder e do dinheiro, além do seu entorno - fica difícil justificar.
Claro que sempre é possível, mas creio que Dantas e Calheiros ainda não encontraram as palavras certas para fazê-lo.
Quem sabe Dantas vai falar e explicar os acontecimentos em que sempre é citado – desde 2017, com a Surugate até a Edema – e revelar por que a PF insiste em investigá-lo. A oportunidade vem em dobro, nos dois debates da televisão.
E se Cunha tem seus pobres, que eles sejam expostos. Não há porque se incomodar mais com o mau cheiro.
(Eu continuo perplexo, apesar de tudo.)