Foi absolutamente natural a reação do senador Renan Calheiros e aliados em defesa de Paulo Dantas, apontando Arthur Lira como sendo o responsável pela operação da PF e pelo afastamento do governador.

Não entro no mérito da decisão porque desisti há um bom tempo de entender os caminhos seguidos pela hermenêutica, a interpretação do que está escrito nos códigos (“O comentário da lei é a eterna malícia”, Machado de Assis).

Mas objetivamente, o que aponta o grupo governista sobre a ação que tirou Dantas do cargo é uma articulação conjunta entre a PF, o Ministério Público Federal e a ministra Laurita Vaz do STJ. Todos fazendo parte do mesmo plano. 

Se é possível?

A proximidade da votação alimenta, sim, suspeitas. 

E só a exposição do conteúdo investigado, afastando o sigilo do processo – como aconteceu com o caso envolvendo Gilberto Gonçalves -, poderia levar a uma análise racional sobre os fatos de agora.

O debate, por óbvio, já fugiu da questão legal e, decisivamente, descambou para a atividade política. 

E como vivemos tempos de relativização da verdade – de formas diferentes, a depender do lado que ataca a cada momento -, estamos em meio mais uma guerra de versões.

Por enquanto, entre instituições federais envolvidas com a questão e grupos políticos alagoanos.