Foram pronunciados a júri popular os cinco policiais acusados de envolvimento na morte do servente de pedreiro Jonas Seixas da Silva, 32 anos, após uma abordagem no dia 09 de outubro de 2020. A decisão foi do juiz Felipe Munguba, da 7ª Vara Criminal da Capital, publicada na última sexta-feira (25). O magistrado também negou o pedido feito pela defesa dos réus para eles recorrerem em liberdade.

Os policiais militares Fabiano Pituba Pereira, Filipe Nunes da Silva, Jardson Chaves Costa, João Victor Carminha Martins de Almeida e Tiago de Asevedo Lima,  são acusados de sequestrar, torturar, matar e ocultar o cadáver de Joanas, que não foi encontrado. Os acusados estão presos desde março de 2021.

Em sua decisão, o juiz Felipe Munguba justificou a manutenção da prisão preventiva dos acusados, evidenciando que os cinco policiais eles são acusados de, no exercício da profissão sequestrarem, submeterem a vítima à tortura e assassinato, posteriormente com ocultação de cadáver. "Os acusados são agentes públicos, e, dessa forma, andam munidos com armamentos fornecidos pelo Estado e, eventualmente, podem coagir testemunhas e declarantes, mediante violência ou grave ameaça, colocando em risco a instrução processual. Dessa feita, resta claro que as medidas cautelares alternativas são insuficientes",destacou o magistrado.

Com a decisão, os cinco policiais militares irão a júri popular, pelo 1º Tribunal do Júri da Capital. Ainda não há data marcada para o julgamento.

Em outubro do ano passado, o juiz Ewerton Luiz Chaves Carminati, da 7ª Vara Criminal da Capital, negou um pedido de liberdade feito pelos réus e os manteve a prisão dos mesmos.

O caso

Conforme informações de familiares de Jonas, o servente de pedreiro foi abordado e preso pelos militares no dia 9 de outubro do ano passado, na Grota do Cigano. Ele foi atingido com spray de pimenta e colocado no porta-malas da viatura.

Ainda segundo os parentes, pouco antes da prisão, três policiais estiveram na casa de Jonas dizendo que tinham mandado de prisão. Jonas foi levado para a viatura e não foi mais visto desde então.

Em março de 2021, cinco militares suspeitos de envolvimento no desaparecimento do servente de pedreiro foram presos. Em abril, os acusados foram indiciados por sequestro qualificado, tortura, homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Os militares Fabiano Pituba Pereira, Filipe Nunes da Silva, Jardson Chaves Costa, João Victor Carminha Martins de Almeida e Tiago de Asevedo Lima, estão presos desde o final de março do ano passado.