Durante o julgamento do acusado de matar dois adultos e duas crianças da mesma família, a psicóloga que acompanhou o único sobrevivente da chacina, disse que o menino presenciou o assassinato de todos e que não têm dúvidas sobre a veracidade do depoimento.

O julgamento ocorreu nesta quinta-feira (24) no Fórum do Barro Duro, em Maceió. Daniel Galdino é o acusado. 

A psicóloga Aline Damasceno afirmou que a criança, à época, repetiu a mesma história mais de seis vezes, sem entrar em contradição.

“Ele repetia: Ele matou a minha irmã, o Gui e eu”, disse a psicóloga. Na época, o menino tinha cinco anos. “E eu perguntei a ele: matou com o quê? Aí ele: de foice”, completou a profissional.

O promotor de Justiça Frederico Monteiro perguntou se a criança estaria mentindo e a psicóloga disse que “de jeito nenhum”.

O Ministério Público vai sustentar a tese de homicídio triplamente qualificado (artigo 121 da Lei nº 2.848/40): crime praticado com emprego de meio cruel, com recurso que dificultou a defesa da vítima e para assegurar a impunidade do crime.

“O Ministério Público de Alagoas espera que, na sessão plenária deste dia 24, restabeleça-se a ordem normativa quebrada em razão de um dos crimes mais bárbaros do estado, enviando uma mensagem de justiça à criança sobrevivente da chacina, aos seus familiares e a toda sociedade alagoana. Queremos, inclusive, aproveitar a oportunidade para parabenizar a Polícia Civil pelo brilhantismo das investigações”, afirmou o promotor Frederico Alves.

O caso

O crime ocorreu na madrugada de 8 de novembro, em um sítio localizado no bairro de Guaxuma, em Maceió. Foram assassinados a golpes de facão Evaldo da Silva Santos e Jenilza de Oliveira Paz, além das crianças Estérfany Eduarda de Oliveira Santos, de nove anos, e Adrian Guilherme de Oliveira Santos, de dois anos. 

Daniel Galdino Dias é acusado de matar dois adultos, pai e mãe, e mais duas crianças da mesma família, em 2015; O crime ficou conhecido como "Chacina de Guaxuma".