O ofício da Almagis, Associação Alagoana de Magistrados, pedindo que o TJ encaminhe à Assembleia Legislativa anteprojeto criando a licença-prêmio para juízes e desembargadores, foi enviado em março do ano passado.

Em outubro, o anteprojeto - a partir da minuta elaborada pela Associação - estava pronto para ser protocolado na Casa de Tavares Bastos, onde só chegou em janeiro deste ano.

Só quase um ano depois, portanto.

Ou seja: houve debate e avaliação “política” dos desembargadores antes que o anteprojeto surgisse como um novo escândalo nacional da magistratura alagoana.

Ora direis: o tempo levará ao esquecimento.

Pode ser “um direito”, como dizem os documentos oficiais – da Amagis e do TJ -, mas é uma visão alienada da situação socioeconômica da sociedade alagoana (está previsto o pagamento de “prêmio” superior a R$ 1 milhão – R$ 66 milhões no total).

Afinal, somos o segundo estado mais pobre do país e não há de ser justo pagar ainda mais a quem já tem uma remuneração privilegiada no serviço público.  

Abordei dois desembargadores sobre a questão. Embora haja um visível constrangimento dos meus interlocutores, prevalecerá “a decisão da maioria”.

(A maioria deles, que fique claro.)