Vilela entra no circuito para 'unir' Rodrigo Cunha e Renan Filho?

17/01/2022 10:18 - Voney Malta
Por redação
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Como fazer política, como neutralizar possíveis adversários e até conquistar aliados imprevistos, os Calheiros deram exemplos visíveis nos últimos trinta anos nas eleiçoes.

O outro mestre aliado de Renan Calheiros nesse roteiro foi Téo Vilela, senador e governador de Alagoas por 28 anos seguidos.

Caminhou junto com Renan desde que fez a dobradinha inicial na disputa pelas duas vagas ao Senado na terceira eleição de Divaldo Suruagy para governador de Alagoas, em 1994.

Mantiveram a parceria nas disputas seguintes. E nos momentos em que se afastaram jamais um atrapalhou o outro. Pelo contrário. Há quem diga que se ajudaram.

Exemplo prático recente foi a primeira eleição de Renan Filho ao governo, em 2014. Vilela surpreendeu ao não apoiar o seu grande parceiro em Brasília, o senador Biu de Lira.  

Lançou como candidato o desconhecido Júlio Cézar. O óbvio que estava estampado nas estrelas ocorreu e o filho do grande amigo e companheiro de eleições venceu.

Eis que agora Téo Vilela reaparece para aconselhar publicamente Rodrigo Cunha - lançado por ele na política.

De acordo com o jornalista Marcelo Firmino (leia aqui), Téo Vilela, insatisfeito com os rumos do seu PSDB, agora controlado por João Doria, presidenciável e governador  de São Paulo, quer que Cunha deixe a sigla e migre para o PSB dos Caldas.

Motivos: Grupo mais forte para disputar o governo de Alagoas e aliança com o presidenciável Lula da Silva, favorito disparado nas pesquisas eleitorais.

Alguns entendidos da política concordam com os argumentos do ex-govenador. Mas suspeitam que por trás dessa 'sabedoria' há a inteligência dos Calheiros.

Vejamos: Rodrigo Cunha no PSB apoiando o mesmo presidenciável que os Calheiros dá a Renan Filho, candidato ao Senado, argumento para o grupo de Marcelo Victor/Paulo Dantas de que não pode atacar Cunha porque todos estão no mesmo palanque para presidente.

O outro argumento fundamental para Renanzinho será o de que entregou o governo aos deputados e, o que é natural nesse meio, em algum momento da corrida pelos votos cada um deve cuidar da sua própria eleição.

Esse mesmo argumento serve para Rodrigo Cunha. Ele tem que correr para ter votos para governador, nunca centrar os ataques e os acordos políticos contra alguém com quem não disputa os mesmos votos, o mesmo cargo.

Os Caldas, por exemplo, não deverão discordar desses argumentos, desse entendimento. Afinal de contas poderão ter o candidato que apoiam eleito e, ainda, um dos seus membros, Dona Eudócia Caldas, assumindo a vaga de senador deixada por Cunha.

Agora, só falta Rodrigo Cunha apresentar um candidato com pouca densidade, sem destaque para disputar o Senado, uma vez que, repito, o governador não é o adversário de Cunha.

Talvez por isso Rodrigo Cunha venha mantendo uma distância 'enorme' em suas andanças pelo interior do senador Fernando Collor - que está concluindo o seu mandato e precisa de um grupo forte e coeso para disputar a reeleição.

Serão esses alguns sinais do grande acordão?

Aguardemos a liberação dos textos dos próximos capítulos da novela das eleições de 2022.

 

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