Na farra com Boris Johnson: e se a Inglaterra fosse aqui?
O primeiro-ministro Boris Johnson vem passando vergonha na Inglaterra por ter se refestelado em festinhas proibidas durante a pandemia, na Inglaterra.
A cada dia, tem de explicar porque ele ria – por que rico ri à toa? -, enquanto os britânicos eram obrigados a ficar em casa e evitar aglomeração (até nos ambientes privados).
Johnson pode perder o cargo e a pose no “grande isolamento”, como o historiador Eric Hobsbawm se referia à Inglaterra.
Só como fantasia, lembremos o que ocorreu por aqui nos muitos carnavais “fora de época”, durante a pandemia.
Quantos seriam poupados, entre os nossos poderosos de plantão, por terem aglomerado, feito festa imodesta com a massa, como se se não houvesse amanhã?
Tirando dessa conta o secretário de Saúde, Alexandre Ayres, vamos aos grandes: o presidente Bolsonaro, que puxou – e puxa – o bloco dos negacionistas da República da Estupidez; o governador Renan Filho, hoje em despedida do Palácio; o prefeito JHC, filho do inquieto “grito do campo”; e o cordão dos puxa-sacos de todos as agremiações protocarnavalescas que foram em busca do voto da população, nas últimas eleições.
E não podem dizer, todos eles, que foram flagrados nos inferninhos eleitorais – nada disso. Eles próprios se encarregaram de lacrar nas redes sociais, enquanto o vírus grassava entre as vítimas, em qualquer tempo e lugar, do mal do momento.
É impossível quantificar a participação e contribuição deles para o sucesso do coronavírus, mas se o minúsculo ser não for apenas mais um ingrato, deverá fazer festinhas clandestinas aos nossos disseminadores da Covid.
Depois, ele, o vírus, publica nas suas redes sociais, e o escândalo vai explodir. Reis e rainhas do balacobaco vão conhecer, enfim, a fúria dos condenados ao caos.
Tudo bem: aqui não é a Inglaterra e os assanhadinhos locais (nossos Boris Johnson) não se envergonham do que fizeram.
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