“Aqui o PT e o PSB terão que sentar para saber como se ajustar para favorecer o cenário nacional”, diz PT AL sobre federalização

15/01/2022 08:05 - Política
Por Gilca Cinara
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Com as novas regras eleitorais muitos partidos políticos estão buscando meios para manter sua sobrevivência e conseguir eleger seus parlamentares sem ajuda da coligação partidária.

Em entrevista ao CadaMinuto, o presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) em Alagoas, Ricardo Barbosa, falou sobre essa situação entre os partidos menores e também da possibilidade da federalização entre o PT e o PSB na construção do projeto nacional, que busca o retorno do ex-presidente Lula à administração do país. Confira:

Acredita que as novas regras eleitorais irão impactar do desempenho dos partidos?

Acredito que teremos sim impacto, pois será a primeira eleição onde a coligação ela será proibida para deputado estadual e deputado federal. Na outra eleição houve a possibilidade de coligação todos os parlamentares eleitos no país, tanto âmbito estadual quanto federal, foram eleitos ainda com a regra da coligação, que agora está proibida. Então isso vai impactar porque vai ter que haver uma reacomodação dos partidos para eleger os parlamentares que elegeram antes.

Por isso houve a proposta da federalização entre os partidos?

Sim a federação surge como uma opção, mas uma opção que amarra os partidos políticos desde o âmbito nacional. E aí temos impacto na realidade local, nas eleições estaduais. De todo modo teremos sim, um impacto no desempenho e teremos partidos que por ter um ou outro puxado de votos, mas que precisa de uma coligação para se eleger e se elegeu com coligação na passada, agora com certeza terá dificuldade.

A federalização é uma mecânica assertiva para os partidos?

Foi uma lei aprovada de última hora, mas que já vinha sendo debatida há muitos anos no Brasil e que ela vem mais no sentido de impedir que partidos políticos tradicionais deixem de existir por conta da exigência de cláusula de barreira, por exemplo como a votação mínima, é isso afetaria hoje grande e tradicionais partidos, como o PCdoB. Então federação veio no sentido de minimizar esse dano para esses partidos que estavam em boa extinção.

Essa mesma realidade não é imposta a outros partidos?

Para outros partidos a federação vem, e aí a gente tem que olhar sobre o ponto de vista tático. Por exemplo, o PT terá interesse de fazer a federação? Do ponto de vista legal, o PT não precisaria fazer. É o maior partido do país, tem a maior base parlamentar, quatro governadores, senadores, fundo partidário, tempo de TV, mas aí se torna uma questão política. E a federação permite, que do ponto de vista político, a gente consiga aí trabalhar um pouco como se trabalha na época das vigências para tentar ver se aproxima partidos políticos de uma maneira geral, que além da participação da federação também têm interesse de eleger seus parlamentares.

Diante desse cenário, como avalia a federalização entre o PT e o PSB.

Ela vem sendo debatida, acreditamos que até o final desse mês a nacional estará definindo sobre isso. Muito provavelmente haja a federação com o PSB, porém há que se vê quais são os interesses específicos de cada partidos, se há uma unidade programada. Para nós o que importa é uma ampla unidade que dê base de sustentabilidade para o próximo presidente do Brasil, que será o Lula, governar com certa tranquilidade política, para que não aconteça o que aconteceu com Dilma. A federação com o PSB é bem vinda, assim como outros partidos podem vir também. Aqui no estado teremos que ver como irá se configurar isso, para criar uma relação entre o PT e o PSB, que não era uma relação de proximidade política, mas que a necessidade do país em resgatar a democracia, trazer de volta para presidência um homem com as características do Lula. Aqui o PT e o PSB terão que sentar para saber como se ajustar em Alagoas para favorecer o cenário nacional.

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