O delegado da Polícia Federal Bruno Rafael concedeu mais detalhes durante uma coletiva de imprensa, na manhã desta quinta-feira (16), sobre a operação da PF em conjunto com a Controladoria Geral da União - CGU, para investigar o desvio de verba pública. Segundo o delegado, ainda não é possível afirmar se houve participação do ex-prefeito de Porto Calvo no esquema e reforçou que duas empresas, aparentemente, fornecem para órgãos públicos.

A Polícia Federal cumpriu 18 mandados de busca e apreensão nas cidades de Maceió, Rio Largo e Porto Calvo, em Alagoas; e também nas capitais Recife-PE e Fortaleza (CE).

De acordo com o delegado, a PF ainda está trabalhando no campo das suspeitas e ainda é cedo para falar sobre a participação dos supostos envolvidos. “Não posso afirmar que houve a participação do ex-prefeito de Porto Calvo nem do ex-secretário. Ainda está em apuração”.

A investigação apura supostos desvios de recursos públicos federais oriundos do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FUNDEB), por meio de transferências bancárias que totalizaram R$ 5 milhões, realizadas em favor de quatro empresas no período 16 dias, iniciando-se apenas dois dias após o então prefeito não ter sido reeleito ao cargo em 2020.

“O nosso foco hoje é a empresa que recebeu esses recursos e os sócios. Os recursos foram transferidos para quatro empresas. Eles não respeitaram as regras de publicidade. Não foi seguido o trâmite de licitação”, explicou o delegado.

A forma como as transações foram feitas chamou a atenção da PF. O delegado também disse que duas empresas já foram envolvidas em outras investigações. “São empresas que aparentemente existem para fornecer para órgãos públicos. O proprietário de uma das empresas tem vínculo de amizade com o município de Porto Calvo. Os investigados vão nos explicar".

Foram apreendidos na operação: notas em euro e dólar, além de vários veículos, entre eles carros importados. Ninguém foi preso. Pelo desvio da verba pública, os investigados podem ser condenados à pena de até 12 anos de prisão. Os materiais apreendidos serão submetidos à análise e juntados ao Inquérito Policial instaurado na Superintendência Regional da PF em Alagoas.

*Estagiária sob a supervisão da Editoria