Com volta das coligações barrada, deputados alagoanos podem adotar mesma estratégia em 2022
Marx Beltrão e Marcelo Victor trabalham em garantir uma vaga e abrir perspectiva para a eleição de um segundo nome na chapa
Com a proposta de emenda à Constituição da reforma eleitoral, com relatório apresentado por Simone Tebet (MDB-MS), que começou a ser analisada nessa quarta-feira (15), teve sua votação adiada, e apesar da recomendação de aprovação da parlamentar, os artigos que resgatam a volta das coligações foram barrados.
Com isso, candidatos a deputado - federal e estadual - terão que disputar a eleição apenas por um partido e não uma coligação, e segundo o jornalista Edivaldo Júnior, montar chapas viáveis não será fácil em Alagoas.
No estado são apenas 27 vagas na Assembleia Legislativa e 9 na Câmara dos Deputados. O quociente eleitoral – número mínimo para eleger o primeiro parlamentar em cada chapa – deve oscilar entre 55 mil e 60 mil para estadual e de 165 mil a 180 mil votos para federal, dependendo de abstenção, nulos e brancos.
Para esse cálculo, o jornalista estimou 70% de votos válidos. Que segundo ele, é uma projeção “otimista”. Se o total de votos válidos for menor, o quociente também cai.
Na regra atual, os principais candidatos a deputado federal tendem a se agrupar em torno três chapas mais fortes. Uma do PSB, no grupo de JHC. Outra no MDB, no grupo de Renan Filho. E outra no PP, no grupo de Arthur Lira.
Formar chapas fora desses grupos é tarefa complexa. No entanto, ao menos dois líderes do Estado percorrem essa tendência e dão sinais de que poderão montar chapas viáveis para deputado federal em 22.
O presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor (Solidariedade-AL), deve assumir o comando do partido Democratas (DEM) no próximo ano e montar no partido um grupo capaz de eleger de um a dois deputados federais. Nessa tarefa, Marcelo Victor conta a experiência do ex-deputado Givaldo Carimbão, que, segundo Edivaldo Júnior, pode encontrar nessa articulação o “caminho de volta” para Brasília.
Ainda de acordo com o jornalista, o deputado Marx Beltrão (PSD-AL) também surge com boa possibilidade de montar uma chapa. O deputado tem boa votação nas eleições anteriores e um partido com tempo televisivo e fundo partidário, além de aliados com boa densidade eleitoral na capital e interior.
Marx Beltrão trabalha com uma estratégia parecida com a de Marcelo Victor. A proposta é garantir a uma vaga e abrir perspectiva para a eleição de um segundo nome na chapa.
É o tipo de argumento que costuma funcionar na política alagoana. Com estratégia semelhante, vários políticos de Alagoas já chegaram a Câmara dos Deputados ou a Assembleia Legislativa em eleições anteriores.
No PSB, tudo indica que João Caldas vai montar, com a ajuda de JHC (PSB-AL), uma boa chapa. O partido de Arthur Lira (PP-AL) tem, além do próprio, nomes fortes que podem entrar na disputa, a exemplo de Davi Davino Filho (PP-AL). E o MDB, de Isnaldo Bulhões (MDB-AL), deve ter o reforço de Alfredo Gaspar de Mendonça e de outros nomes competitivos.
O jornalista também questiona se outros partidos vão conseguir montar suas chapas. "Como será a estratégia de nomes de peso de legendas que, no momento, não teriam chapas viáveis?", escreve.
O jornalista cita alguns nomes para esse caso, como Rui Palmeira (Podemos-AL), Sérgio Toledo (PL-AL), Nivaldo Albuquerque (PTB-AL), Tereza Nelma e Pedro Vilela (PSDB-AL), Severino Pessoa (PRB-AL), Paulão (PT-AL) e Marcius Beltrão (PDT-AL), entre outros.
É praticamente consenso entre políticos alagoanos que serão formadas quatro, no máximo cinco frentes competitivas para deputado federal em 22.
Assim, é provável que os candidatos se reagrupem em blocos menores ou busquem espaço no MDB, PP e PSB. O problema é saber quem será aceito. O jornalista conclui ao afirmar que haverá muitos candidatos “barrados” na última hora.
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