As Paralimpíadas de Tóquio começaram ontem (24). Para esta edição dos Jogos, o Brasil terá 260 paratletas disputando medalhas. Na semana passada, um post na rede social da atleta paralímpica Verônica Hipólito viralizou e provocou uma reflexão sobre a forma como as pessoas observam os atletas.

A atleta citava um ‘Manual das Paralimpíadas’: “Não olhe para a deficiência, olhe para a EFICIÊNCIA. A potencialidade! Sem usar o ‘que superação’ só por ver alguém sem perna, braço, cadeirante, cega/baixa visão ou com paralisia. A gente treina pra caramba para estar lá”.

O alerta, necessário, pode ser resumido em uma palavra: capacitismo. A assistente social Mayra Vilar, do Núcleo de Apoio Pedagógico e Psicossocial (NAPPS) do Centro Universitário Tiradentes (Unit/AL) disse que o capacitismo vem como uma forma discriminatória e preconceituosa de reduzir potencialidades e capacidades das pessoas às suas deficiências, seja no âmbito doméstico, nas relações sócio-afetivas, no esporte, no trabalho.

“Nós precisamos, primeiramente, entender que a deficiência não é contraposição ao ‘normal’, ele é diverso e heterogêneo. Precisamos romper com essas concepções. Essa responsabilidade é de todo mundo”, explica Mayra.

Mayra aponta as Paralimpíadas como um momento único para um debate sobre capacitismo envolvendo pessoas com e sem deficiência.

“É preciso destacar a importância da visibilidade da pessoa com deficiência ocupando espaços políticos, postos de trabalho, salas de aula e também no esporte. As Paralimpíadas são necessárias não somente para representatividade das pessoas com deficiência, mas para toda sociedade, pois é um momento em que, através da visibilidade, conquista-se a atenção e respeito”, destaca a assistente social.

 

*com Assessoria