Agosto Lilás é o mês do enfrentamento à violência doméstica e familiar e tem uma grande importância para toda sociedade. De acordo com dados da Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL), de janeiro a julho deste ano, já foram abertos em Maceió 739 boletins de ocorrência com base na Lei, um aumento de 18,6% em relação ao mesmo período de 2020.

A maioria dos casos ocorre com mulheres pardas. E, do total de mortes na capital, de 8 a 10% acometem mulheres.

O Benedito Bentes é o bairro com maiores índices de violência contra a mulher da capital. De janeiro a agosto de 2020, houveram 149 casos, o que representa 13,4% do total de infrações contra a Lei Maria da Penha no mesmo período em toda a cidade.

Para prevenir, através do acesso à informação, a Prefeitura de Maceió lançou o “Violentômetro”. O material está disponível em uma cartilha, intitulada “É sobre salvar mulheres”.

O “Violentômetro” consiste em três estágios de atenção, são eles: Fique atenta, a violência está presente; Reaja! Denuncie e peça ajuda; e Vida em perigo. Em cada um deles, estão exemplos de situações que se enquadram nessas categorias.

As mulheres vítimas de violência precisam do apoio familiar, social e da rede de atendimento disponibilizada pelo poder público. Para se fortalecer, apesar dos sentimentos de medo, vergonha e até culpa, é fundamental que cada mulher tenha por perto pessoas de sua confiança e conhecimento dos serviços disponibilizados.

Violência psicológica lidera

De maio a agosto deste ano, a Casa da Mulher Alagoana atendeu 88 mulheres. A maioria relatou sofrer mais de um tipo de violência, simultaneamente. A que lidera os relatos é a violência psicológica, conduta que causa dano emocional, diminuição da autoestima e prejuízo ao desenvolvimento das vítimas.

"Não é surpresa para nós que a violência psicológica seja a que mais aparece. Sabemos que a violência não começa com o tapa, o soco, a facada. Ela começa com a comunicação violenta, com as agressões verbais, com as ameaças, humilhações, e isso tudo acaba se enquadrando em violência psicológica, porque fragiliza a mulher em sua confiança e autoestima", afirmou a psicóloga Bárbara Abreu.

Ainda segundo ela, muitas mulheres têm dificuldade de identificar que são vítimas de violência quando ela não se apresenta de forma física. "Muitas acham que está tudo bem em ser tratada com grosserias, gritos, desrespeito, ofensas, humilhações, controle e ciúme excessivo por parte de seus parceiros, porque esse 'é o jeito dele'. Além disso, existe o medo de que não haja resolutividade da sua denúncia, mas nós estamos aqui justamente para acionar todos os mecanismos possíveis para que essa mulher seja protegida e cuidada", reforçou.

*com Assessorias