A promotora Karla Padilha abriu um inquérito civil para investigar os militares envolvidos no desaparecimento do jovem Jonas Seixas da Silva, ocorrido em outubro do ano passado após uma abordagem, na Grota do Cigano em Maceió, por ato de improbidade administrativa. 

Na portaria, publicada nesta segunda-feira (03), a promotora destaca que no curso das investigações ficaram evidenciados delitos graves e absolutamente incompatíveis com o exercício de serviço público, mormente aquele relacionado, justamente, à segurança pública da sociedade em geral. 

“Proponha-se a pertinente Ação Civil Pública em desfavor dos policiais militares: 3º Sargento Fabiano Pituba Pereira, Cabo Tiago de Asevedo Lima, Soldado Filipe Nunes da Silva, Soldado Jardson Chaves Costa e Soldado João Victor Carminha Martins de Almeida, pleiteando-se a devida responsabilização pelos atos de improbidade administrativa por eles cometidos", diz trecho da portaria. 

E março deste ano, o Ministério Público Estadual (MPE) havia pedido a prisão preventiva dos militares. Os membros do Ministério Público asseveram, baseados nas investigações da Delegacia de Homicídios, que os policiais militares das equipes da Força Tática do BPE, Fabiano Pituba Pereira, Filipe Nunes da Silva, Jrdson Chves da Costa, João Victor Caminha Martins de Almeida e Tiago de Asevedo Lima usaram de violência, ameaçaram, torturaram a vitima e, para garantir que não seriam denunciados, acabaram a executando e escondendo o respectivo cadáver.

Após a repercussão do caso, indagados pelo oficial de operações da referida unidade militar, os policiais teriam garantido a liberação da vítima, nas proximidades da loja Leroy Merlin, na Avenida Beira-Mar. No entanto, no curso das investigações, apresentaram versão diferente da que teriam dito ao seu superior, dizendo agora que teriam liberado a vítima ao lado do viaduto de Jacarecica, entre o meio do viaduto e a rotatória, entre 15h56 e 15h57, que é o horário em que o GPS indica o trânsito dos investigados nas imediações do referido viaduto. 

No decorrer das investigações, os denunciados informaram em seus depoimentos que teriam deixado a vítima nas imediações do viaduto de Jacarecica, mas, na verdade, levaram Jonas Seixas diretamente para uma região de mata por trás do Motel Cqsabe, onde ocorreram a sua tortura e execução.