A médica ginecologista e obstetra Fátima Born, de 61 anos, tomou a primeira dose contra a covid-19 no início de fevereiro. Já em março, foi a vez da segunda dose. O que a ginecologista que mora em Arapiraca, em Alagoas, não esperava era que ela seria contaminada pelo vírus em abril. Fátima tem algumas comorbidades e chegou a ficar internada por 21 dias em um hospital particular em Maceió. Mesmo com essa situação, ela enfatizou que a vacina foi primordial para que ela sobrevivesse.
Fátima contou ao Cada Minuto que têm algumas comorbidades: hipertensão, diabetes, cardiopatia, obesidade e que faz tratamento para leucemia. “Tenho 61 anos e em 2020 no início da pandemia, me afastei do Hospital Metropolitano em Maceió por conta das minhas cormobidades”.
Entretanto, ela continuou trabalhando em um hospital em Paulo Afonso e acredita ter se contaminado entre os dias 27 e 28 de março.
“A contaminação ocorreu no meu ambiente de trabalho, fiquei um pouco mais descontraída após ter tomado as duas doses da vacina”, confessou.
Segundo ela, ao retornar para Arapiraca na segunda-feira, os sintomas começaram a aparecer. “Eu iniciei um pouco de tosse e coceira na garganta junto com a coriza". Já na terça-feira, ela acordou com dor de cabeça e tomou remédio, mas não passou. “Daí em diante com esta tríade: dor de cabeça, tosse, garganta arranhando. Foi aí que tive a certeza que estava com covid”.
Fátima fez o exame que testou positivo para a covid. Ela resolveu vir à Maceió e foi internada. “Creio que poderia ter sido bem mais complicado se eu não tivesse tomado a vacina”, reforçou.

Mesmo tendo tomado as duas doses, ela acredita que a vacina foi primordial na recuperação dela. “Com certeza a vacina foi primordial na minha recuperação. Só tive 5% do pulmão comprometido”. E faz um apelo: “Eu diria às pessoas que tomaram tanto a primeira como a segunda dose que continuem nos cuidados”.
Vacina evita apenas forma grave
O infectologista Fernando Maia explicou ao Cada Minuto que a vacina apenas evita a forma grave, mas não evita a contaminação. “Mesmo quem já teve a doença ou foi vacinado com as duas doses pode se contaminar ou até apresentar sintomas".
Maia reforçou que o esperado é que quem está vacinado não desenvolva a forma grave ou nem que vá à óbito.
O infectologista pediu que mesmo quem já foi vacinado precisa manter os cuidados: uso de máscara, sabão, álcool em gel e distanciamento social. Sobre as vacinas, o médico explicou que no caso da coronavac, a proteção é superior a 50%. “E é 100% contra a forma grave”, disse.
Já a oxford/astrazeneca oferece uma proteção melhor, superior a 90%, mas não evita a infecção. “Ela evita forma grave, mas não a infecção”. Segundo o infectologista, é necessário que se continue com os cuidados até que toda população esteja vacinada. “Aí vamos ter a imunidade de rebanho e o vírus possa parar de circular”.
*Estagiária sob a supervisão da editoria