Delegado-geral entrega cargo e nega participação em homicídio que teria juiz como alvo

09/04/2021 15:21 - Geral
Por Vanessa Alencar
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O delegado Paulo Cerqueira entregou nesta sexta-feira (9), o cargo de delegado-geral da Polícia Civil de Alagoas. A saída foi anunciada cerca de 24 horas depois da notícia de seu indiciamento, pela Polícia Federal, como autor intelectual do homicídio do advogado Nudson Harley, em 2009, que teria como verdadeiro alvo o hoje juiz aposentado Marcelo Tadeu.

Em nota encaminhada à imprensa, Cerqueira classificou o indiciamento de “grande injustiça”: “Após 18 anos de carreira policial, tendo exercido diversas funções na segurança pública e enfrentado o crime em todas as suas vertentes, sem nunca ter sido sequer citado em boletim de ocorrência, fui tristemente surpreendido com o envolvimento do meu nome em fatos desconexos com a realidade”.

Afirmando ter a consciência tranquila e uma história de vida pautada na honestidade e no trabalho, o delegado agradeceu a confiança e o apoio dos integrantes da Polícia Civil durante o período em que ocupou o posto de delegado-geral e lembrou que esteve no cargo nas gestões de vários secretários de Segurança e dois governadores de perfis e partidos distintos, “sem apadrinhamento político, demonstrando meu perfil técnico para o exercício da função”. 

“Rechaço, em nome da verdade, qualquer envolvimento em trama criminosa, muito menos em desfavor de uma pretensa vítima, com a qual sempre mantive relação cordial e respeitosa, e que a mim sempre dispensou o mesmo tratamento respeitoso, não tendo no passado e no presente qualquer motivação para ataque à integridade física do então magistrado”, prossegue a nota.

No texto, Cerqueira também diz que, embora reconheça o valoroso trabalho prestado pela PF, a instituição errou ao indiciá-lo: “Meus familiares, amigos, colegas de profissão e, especialmente, a sociedade podem ficar tranquilos, sou inocente e a história da minha vida é a minha principal testemunha”.

Em coletiva à imprensa nesta manhã, Marcelo Tadeu disse não estar surpreso com o indiciamento do agora ex-delegado-geral da PC e questionou “a quem o delegado atendeu mandando matá-lo".

Confira a nota na íntegra:

Tomei a iniciativa de entregar o honroso cargo de Delegado-Geral, pelo amor que dispenso à minha Instituição e para não permitir ataques infundados aos relevantes serviços prestados diariamente pela Polícia Civil à sociedade alagoana. 

Com a consciência tranquila e uma história de vida pautada na honestidade e no trabalho, recebi a notícia do indiciamento com a certeza de ser uma grande injustiça, pois sempre pautei minha atuação com respeito ao cidadão e à Lei.

Após 18 anos de carreira policial, tendo exercido diversas funções na segurança pública e enfrentado o crime em todas as suas vertentes, sem nunca ter sido sequer citado em boletim de ocorrência, fui tristemente surpreendido com o envolvimento do meu nome em fatos desconexos com a realidade.

Nesta oportunidade, agradeço a confiança e o apoio recebido dos integrantes da Polícia Civil durante minha jornada na Direção-Geral, na qual tive oportunidade de estar à frente nas gestões de vários secretários de segurança e dois governadores de estado, de perfis distintos e partidos diversos, sem apadrinhamento político, demonstrando meu perfil técnico para o exercício da função. 

Rechaço, em nome da verdade, qualquer envolvimento em trama criminosa, muito menos em desfavor de uma pretensa vítima, com a qual sempre mantive relação cordial e respeitosa, e que a mim sempre dispensou o mesmo tratamento respeitoso, não tendo no passado e no presente qualquer motivação para ataque à integridade física do então magistrado. 

Comungando do mesmo pensamento de sempre, reconheço o valoroso serviço prestado pela Polícia Federal, entretanto, afirmo categoricamente que, após 11 anos do citado delito, essa honrada Instituição se equivocou em promover meu indiciamento.

Meus familiares, amigos, colegas de profissão e, especialmente, a sociedade podem ficar tranquilos, sou inocente e a história da minha vida é a minha principal testemunha.

Finalizo, com a cabeça erguida e a consciência tranquila, acreditando em Deus e na justiça dos homens, convicto que a verdade sempre prevalecerá. 

PAULO CERQUEIRA

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