Queda de comandantes reforça papel constitucional das Forças Armadas

31/03/2021 09:40 - Voney Malta
Por redação

A tentativa do presidente Jair Bolsonaro de aliciar as Forças Armadas para atender os seus interesses e os dos seus filhos parece ter dado com os "burros n'água".

Exército, Marinha e Aeronáutica vêm agindo de acordo com a Constituição ao se portarem profissionalmente como instituições de Estado.  

Ou seja, não admitem se submeterem ao capricho amalucado de um governante, sabidamente temporário, quem quer que seja.

As diversas declarações, ações, atos e demonstrações antidemocráticas de Jair Bolsonaro sempre incomodaram as Forças Armadas.

Em entrevista à Rádio Gaúcha, o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Michel Temer, general Sérgio Etchegoyen, é mais um dos militares a resumir a questão ao confirmar o profissionalismo dos militares.

“Independentemente de quem estiver no comando, elas nunca vão deixar de ser instituição de Estado. Sei do que estou falando”. Afirmou ainda que se algum setor do governo estiver pensando em golpe, “a frustração será grande”.

Outros militares das Forças, da ativa e da reserva, também tratam do tema de maneira semelhante, segundo reportagem de Marcelo Godoy, no Estado de S. Paulo: "Para um tenente-brigadeiro, os militares pagaram um preço muito alto na 'última aventura' (o golpe de 1964) e têm a 'Argentina ao lado para saber o que é retaliação'. O brigadeiro afirmou que a geração formada nos anos 1980 é avessa a 'aventuras'".

Ainda de acordo com Godoy, "Um general chamou a atenção para o fato de o Alto Comando, assim como os generais de divisão, terem a mesma visão contrária ao uso político da Força. Um dos que têm repetido que 'não há a menor possibilidade de aventuras com a participação do atual Alto Comando' é Francisco de Brito, atualmente na reserva. Não só ele. O ex-ministro da secretaria de Governo Carlos Alberto Santos Cruz também repetiu na terça-feira, 30, que as Forças Armadas não entrarão em nenhuma 'aventura'".

Tanto o demitido ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, quanto os também demitidos Edson Pujol, comandante de Exército, Ilques Barbosa Júnior, Marinha, e o de Aeronáutica Antônio Carlos Bermudez, sempre deixaram claro que as Forças Armadas são insitituições de Estado e cumpridores dos preceitos constitucionais.

 

 

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