Preocupado com o aumento dos casos da Covid-19 e também com a queda do número de leitos disponíveis pelo Governo de Alagoas para o tratamento da doença, o vereador Leonardo Dias (PSD) utilizou a tribuna para cobrar o retorno de oferta destes leitos.

Munido de dados divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Dias cobrou que o Governo de Alagoas - antes de expandir medidas de isolamento social que prejudicam o comércio - retorne a disponibilizar 65 leitos que foram desativados nos últimos meses. Leonardo criticou o mecanismo do lockdown como maneira de solucionar os problemas da pandemia e salientou suas consequências econômicas.

"No dia 3 de março [ontem], tínhamos 329 leitos entre UTI e UTI Intermediária. Esse é aproximadamente o mesmo número de leitos de setembro do ano passado. Ou seja, do dia 8 de setembro de 2020 até ontem, nenhum leito foi criado, pelo contrário diminuíram três. No início da pandemia, o lockdown veio com a desculpa de se criar os leitos. Hoje a desculpa do lockdown é para a vacina", pontuou.

O parlamentar destacou as unidades de saúde que perderam leitos disponíveis em Maceió.

"Uma notícia veiculada ontem trouxe que a Santa Casa de Maceió fechou os leitos para pacientes com Covid-19 para o SUS. Encontramos no boletim da Santa Casa que hoje temos 54 pessoas internadas com a doença e no ano passado, tínhamos 143, sendo 36 em UTI. Onde estão os leitos? Sumiram, saíram, reduziram o tamanho do hospital ou estão destinadas a outras doenças? É preciso explicações. O relatório do governo diz que, atualmente a Santa Casa tem 20 leitos a menos, bem como o Hospital Veredas. O mesmo documento diz que o Hospital Djacy Barbosa e o Sanatório, perderam 10 leitos e o Vida, cinco", complementou.

Leonardo Dias foi enfático ao ser favorável às medidas de distanciamento social, o uso de máscaras e de álcool em gel, que são importantes na prevenção da Covid-19. O parlamentar defendeu a continuação do funcionamento do comércio, dentro das regras sanitárias estabelecidas.

"Reduzir aglomeração funciona, mas lockdown em si não existe evidência que funcione. Manaus teve o seu maior índice de isolamento em janeiro e vimos o que tem ocorrido de lá para cá. A OMS reconhece que o lockdown deve ser utilizado em último momento, pois ela traz fome. O mercado começa a se recuperar e vai de novo pagar o preço disso? Em breve nós teremos vacinas e precisamos de mais prudência e paciência. Para nós é cômodo porque, ao fim do mês, nós teremos o nosso salário garantido, mas o vendedor de pipoca, o vendedor de côco, não tem como se prevenir, assim como nós, pois precisam trabalhar diariamente. Precisamos analisar os números e cobrar que esses 65 leitos sejam colocados a serviço da população imediatamente", finalizou