Alessia Rodriguez, de 20 anos, morta na noite de sexta-feira (19) por um cliente que se recusou a pagar o programa, foi a primeira morte de um LGBTQI+ em 2021, apontou o Grupo Gay de Alagoas (GGAL).

Ao CadaMinuto, o presidente do GGAL, Nildo Correia, disse que o Grupo, o Centro de Acolhimento Ezequias Rocha Rego (CAERR) e outras instituições irão protocolar ofício na 14ª Vara de Crimes Contra Vulneráveis, do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJ-AL).

Além do esclarecimento do assassinato de Alessia, o ofício irá pedir o monitoramento e a resolução dos 21 assassinatos de LGBTQI+ realizados no ano passado, já que, segundo ele, nenhum veio a julgamento. Assim que esse caso virar processo de Justiça, é necessário que o julgamento o quanto antes, para que não caia no esquecimento, reforçou.

“Infelizmente, na grande maioria dos casos, mesmo tendo o réu confesso preso, esbarramos na morosidade da Justiça”, lamentou. “Esses casos nos deixam angustiados devido a tanto descaso, pois sabemos que a vítima não voltará. Porém, devemos a punição dos envolvidos nesses casos à sociedade e principalmente aos familiares que sofrem até hoje”.

Nildo relembrou assassinatos anteriores, como o caso de Reinaldo Oliveira, conhecido por seu nome de transformista Adryelle Reys, morto de forma cruel em sua residência no conjunto Parque dos Caetés. “Um dos assassinos de Reinaldo está preso até hoje, mas ainda aguarda julgamento”.

“Outro caso problemático é da travesti Lumara, morta em 2017 na Vila dos Bancários, no bairro do Poço, até hoje a polícia nunca conseguiu elucidar o caso. É inacreditável e inaceitável que até hoje a delegacia responsável pelo inquérito não tenha nenhuma informação sobre o paradeiro do algoz”, protestou. 

O caso

A transexual Alessia Rodriguez morava em um edifício localizado no bairro de Cruz das Almas, em Maceió. A suspeita é de que ela tenha sido asfixiada por um cliente, após ele se recusar a pagar o programa.

Ainda segundo os militares, uma colega de Alessia, que dividia o quarto com ela, acionou a polícia e relatou que o homem, apontado como autor do crime, também tentou matá-la, mas ela conseguiu fugir e pedir ajuda.

O suspeito foi preso e encaminhado para a Delegacia de Homicídios. 

*Estagiária sob supervisão da editoria