O trabalho escravo ainda é uma realidade no país e também no estado de Alagoas. Somente no ano de 2020, mesmo durante um período de pandemia, o Ministério Público do Trabalho (MPT) contabilizou três denúncias de trabalho escravo no estado. Dados do Observatório da Erradicação do Trabalho Escravo e do Tráfico de Pessoas, mostra ainda que nos últimos seis anos, foram registradas 121 denúncias em Alagoas.
Os dados apontam que entre os anos de 2014 e 2018, cerca de 151 trabalhadores foram resgatados do trabalho análogo à escravidão em Alagoas, sendo em sua maioria, pessoas que estavam atuando em áreas rurais.
No Brasil, entre 2016 e 2020, o MPT recebeu mais de 6 mil denúncias envolvendo condições de trabalho análogas à escravidão, aliciamento e tráfico de trabalhadores.
A coordenadora de Erradicação do Trabalho Escravo (Conaete), procuradora do Ministério Público do Trabalho Lys Sobral Cardoso, afirmou que os casos de trabalho escravo urbano têm como um dos fatores o êxodo rural, que continua acontecendo no país.
“Os trabalhadores continuam saindo do meio rural para o meio urbano. Por falta de oportunidades, eles se sujeitam a qualquer oferta de trabalho que surge, o que aumenta sua vulnerabilidade”, explicou a procuradora.