Assembleia tem vários nomes para o governo, inclusive Marcelo Victor

23/01/2021 15:44 - Roberto Gonçalves
Por Blog do Edivaldo Júnior
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Marcelo Victor assume no próximo dia 1o de fevereiro, o segundo mandato consecutivo como presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, para o biênio 2019-2021.

O deputado estadual terá pela frente o desafio de continuar conduzindo a Casa com equilíbrio e responsabilidade. Nada que não saiba fazer. MV é a base da governabilidade da administração do governador de Renan Filho (MDB) – literalmente.

Nesses dois anos, ele sempre foi decisivo para manter o diálogo com o governo, mesmo nos momentos de maior acirramento.

Na próxima legislatura, que começa em fevereiro, o perfil de Victor deve continuar o mesmo. Mas com uma diferença significativa. Com a renúncia do vice-governador Luciano Barbosa (MDB), após a eleição para a prefeitura de Arapiraca, o presidente da Assembleia Legislativa será o primeiro na linha de sucessão do Executivo.

E não é só. MV terá o desafio de conduzir a eleição indireta do próximo governador de Alagoas em caso de eventual desincompatibilização de Renan Filho a partir de abril de 2022.

Com forte liderança no Legislativo, Marcelo Victor pode “escolher” ou ser “escolhido”.

Conversei com o presidente em seu gabinete durante bons minutos. Tentei ir além da verbalização. E o sentimento que ele me passou é que poderá sim assumir o governo. Mas essa não será uma “escolha” individual.

Algo importante sobre MV: ele está onde está porque adota uma filosofia rara na política – sabe e gosta de servir aos seus pares. A prioridade é sempre atendê-los, mesmo que deixe de atender a si mesmo.

E é com esse sentimento de “servir” que o atual e futuro presidente da ALE tem avaliado os próximos passos. Se seu nome for o melhor, anote aí, ele vai encarar a missão. E irá junto com seus colegas.

Mas ele também sabe que apesar da forte atuação nos bastidores – ou como gosta de dizer na coxia – não tem no momento a popularidade necessária para disputar o cargo máximo da política alagoana.

O desafio será construir essa “popularidade” ou escolher outro nome.  E nesse sentido, Marcelo Victor aponta que existem na Casa outros deputados com maior popularidade que ele, que poderiam ser eleitos indiretamente para o governo e com viabilidade eleitoral para disputar a reeleição.

Um destes nomes e que seria o favorito na  ALE depois do presidente é o deputado estadual Paulo Dantas (MDB).

“Ele é um político excepcional, com grande capacidade administrativa e tem o respeito da Casa. Avalio que o Paulo seria um grande governador”, aponta.

Marcelo Victor cita ainda outros nomes que despontaram nessa e outras legislaturas: “temos a deputada Jó Pereira, o Davi Maia, o Inácio Loiola, por exemplo. São deputados experientes, com atuação reconhecida a exemplo de vários outros parlamentares desta legislatura”, pondera.

O presidente não descarta outros nomes, como o deputado estadual Davi Davino Filho, que tem sido apontado também como possível candidato a deputado federal em 2022. “O Davi se saiu muito bem em Maceió e tem um grande futuro político”, afirma.

Grupo

Sabe aquela história de “grupo de Marcelo Victor e Arthur Lira”? Ela não existe. Foi apenas uma aliança pontual, em razão da candidatura de Davi Davino Filho em Maceió. “Tenho uma boa relação com o Arthur Lira, mas também já estivemos distantes e em lados diferentes. Não sei porque falam em grupo, porque de fato não existe esse grupo”, pondera MV.

O presidente da ALE diz que seria mais aceitável se fosse incluído no grupo de Renan Filho: “eu sempre participei das vitórias do governador Renan Filho e do senador Renan Calheiros, embora nem sempre eles tenham estado ao meu lado (diz citando a eleição da mesa diretora da ALE em 2017 e 2019 e a disputa pela prefeitura de Rio Largo em 2016)”,.

O que Marcelo Victor parece considerar mesmo como “grupo” – se assim pode se chamar – são os seus colegas deputados com quem divide sonhos e, se necessário, pesadelos.

Horizonte

A posse de Marcelo Victor no segundo mandato na presidência da Assembleia Legislativa será no próximo dia 1o, mas o recesso só termina no dia 15. A volta das sessões plenárias deve ocorrer a partir do próximo dia 16.

O que vem pela frente? No momento não tem nenhum projeto urgente ou polêmico no horizonte, mas como diz o presidente, nunca se sabe o que pode acontecer no parlamento. O clima pode estar aberto e rapidamente fechar, sem nenhum aviso.

É preciso, portanto, estar pronto tanto para a calmaria quanto para a tempestade.

MV conhece como poucos o “clima” da política alagoana e parece estar sempre um passo à frente, se antecipando para contornar as piores crises e enxergando a melhores possibilidades. E com essa expertise, pode ser o próximo governador. Ou colocar no Palácio dos Palmares um aliado para chamar de seu.

Seja qual for a “escolha”, é certo que MV terá a maioria ao seu lado, chova ou faça sol.

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