Eu vi o homem preto surtando na fila gigantesca do banco do brasil. Ele falava coisas desconexas ou apropriadas ao nexo do momento.

Era um homem preto de cabelos black , explodindo de dores, como grandes vulcões verbais. A dor se fazia irrascível e comprometia, visivelmente sua saúde mental.

Era um homem preto, "doido-de-pedra" ( segundo o comentário de uma mulher na fila) e me abriu uma  sensação medonha de inaptidão em relação ao "que podemos fazer para ajudar?"

A saúde mental no estado de Alagoas é tão negligenciada que deu vontade de, igualzinho  ao homem ensandecido,  gritar em megafones , bem alto (talvez, assim, as autoridades competentes escutem) que o estado de Alagoas necessita sair do lugar comum, das grandes construções hospitalares e investir , ur-gen-te-men-te na humanização em saúde mental.  

O homem preto, com seus cabelos black explodia/exibia suas dores d'alma na fila gigantesca do banco, numa sexta-feira.

Dentre as muitas violências é urgente  discutir  o impacto do racismo na subjetividade da população preta,  e a partir daí pensar formas de promoção de saúde mental.

Está tudo bem com você?