Covid-19 causou mais estragos nos municípios mais favoráveis ao presidente

13/10/2020 07:55 - Voney Malta
Por redação
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Estudo realizado pela Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ) conclui - a partir de dados do resultado do primeiro turno das eleiçoes presidenciais em todos os municípios em 2018, que "a Covid-19 causa mais estragos nos municípios mais favoráveis ao presidente Bolsonaro".

De acordo com a pesquisa, para cada 10 pontos percentuais a mais de votos para Bolsonaro há um acréscimo de 11% no número de casos e de 12% no número de mortos. A avaliação é que o discurso e o comportamnto do presidente Jair Bolsonaro minimizando o uso de máscara e a doença induz e induziu os seus simpatizantes a adotarem comportamento de risco.

Resumindo, essa é a explicação para a constatação de que ocorreram proporcionalmente mais mortes do que em outras localidades pesquisadas. E essa análise também é observada por pesquisadores da UFABC (Universidade Federal do ABC), da Fundação Getúlio Vargas e da USP (Universidade de São Paulo".

De acordo co reportagem da Folha, "Esse estudo concluiu que em praticamente todas as ocasiões em que o presidente minimizou a pandemia, a taxa de isolamento social no Brasil diminuiu —e mais pessoas se contaminaram e morreram, proporcionalmente, nos municípios em que Bolsonaro obteve uma melhor votação na eleição de 2018".

Como disse o ex-ministro da Saúde de Jair Bolsonaro, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista nesta segunda-feira (12) no programa Roda Viva, Bolsonaro fez falas minimizando a Covid-19, não por despreparo, mas por ter tomando uma decisão consciente de pôr em risco as vidas das pessoas.  

"Não acho que seja despreparo, acho que foi uma decisão consciente, sabendo dos números, apostando num ponto futuro (...) Ele se abraçou na tese da economia, já para ter uma vacina para ele e falar: 'a economia vai recuperar, fui eu que recuperei, não deixei'. Ele fez uma opção política consciente que colocava em risco a vida das pessoas. Isso foi consciente da parte dele, não tenha dúvidas".

O ex-minsitro declarou que apresentou todos os tipos de cenários possíveis para Bolsonaro e outros ministros e que o presidente escolheu no que acreditaria. "Joga cloroquina, começa a chamar de vírus chinês, fala que a culpa é da China. Então não dá para falar da China, fala que é da OMS. Passou o Ministério da Saúde a ser o elemento de raiva, esse é o cara que traz a notícia ruim, fala o que não quero ouvir. Tanto que eles trocam o ministro e uma das primeiras coisas que o ministro militar chega e fala e que não vai mais dar números", explicou Mandetta.

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