Em 2012, o então Projeto Raízes de Áfricas convidou candidat@s à prefeitura de Maceió para o debate sobre a inclusão das políticas públicas de combate ao racismo, no programa de governo. Só dois confirmaram participação.

Com o ativismo preto-político , o  Projeto Raízes de Áfricas exerceu o  papel de controle social. Em relação a promessa de campanha, Rui Palmeira, o candidato eleito, foi acometido  de amnésia política.

Segue a matéria publicada  na página de campanha do candidato Rui Palmeira e republicada no  blog, em 2012.

 

Rui debate políticas étnico-racias com o movimento negro.

O candidato Rui Palmeira participou na tarde de sexta-feira (14) do debate realizado na Casa da Indústria, promovido pelo grupo do movimento negro de Alagoas, Raízes da África. Apesar de todos os candidatos a prefeito de Maceió terem sido convidados, somente Rui Palmeira e Alexandre Fleming do PSOL, compareceram ao evento cuja temática era discutir propostas para as questões étnico-raciais no município de Maceió.

Durante o debate a presidente do Raízes da África, Arísia Barros, questionou os candidatos sobre as propostas para as questões de igualdade racial. Palmeira respondeu ainda a perguntas do coordenador da Igualdade Racial do Estado do Ceará e membro do Movimento Negro Unificado (MNU), Ivaldo Paixão e do sociólogo Carlos Martins.

Rui Palmeira destacou a relevância de Alagoas no contexto da luta por igualdade racial e contra a intolerância religiosa. Aqui é a terra do Quilombo dos Palmares e isso é pouco valorizado, precisamos dar a devida importância a nossa história. Palmeira relembrou aos presentes os 100 anos do Quebra de Xangô, quando os terreiros de candomblé foram destruídos e adeptos da religião presos, torturados e os que sobreviveram tiveram que fugir para Pernambuco ou Bahia.

Esse deve ter sido o maior ato de preconceito e intolerância religiosa desse país. Além disso, nós vemos que a violência atinge quase 90% dos negros, que ainda sofrem com dificuldade de acesso à educação, saúde e são quase sempre as maiores vitimas da violência. Polícia é importante, mas sem educação, sem políticas sociais, nada se resolve, pontuou.

Dentre as propostas apresentadas Palmeira destacou a inclusão do ensino da cultura negra na educação básica. Rui falou ainda sobre a importância da cultura negra na formação social do indivíduo. Prova do reconhecimento desta contribuição é a emenda de autoria de Rui Palmeira junto ao Ministério da Cultura, e destinada a UNEAL para que a universidade realize um festival de cultura negra, com foco na memória dos 100 anos do Quebra de Xangô. O objetivo do evento é evitar que acontecimentos como este caiam no esquecimento e para que não voltem a se repetir.

No encerramento os candidatos Rui Palmeira e Alexandre Fleming receberam da coordenadora do evento, Arísia Barros, uma lista com 22 reivindicações ligadas às questões raciais. Rui se comprometeu a utilizá-las como base para a construção de Uma Nova Maceió, mais humana e mais igualitária.