Estupro no Brasil e a cultura de culpabilização da vítima”. Esse é o tema do programa Conversa Aberta que será realizado nesta segunda-feira, 31 de agosto, às 20h, ao vivo pelo Youtube da deputada estadual Jó Pereira (Jó Pereira Oficial), no momento em que todo o país ainda discute os desdobramentos do caso da criança de dez anos que engravidou após ser estuprada durante quatro anos pelo tio.
As convidadas para debater o assunto com a parlamentar, dentro do Agosto Lilás, são a promotora de Justiça de São Paulo, Gabriela Mansur, e a professora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Elaine Pimentel.
“Além do absurdo da violência física e psicológica a qual foi submetida, a menina que engravidou de seu algoz foi mais uma vez violentada, exposta e atacada por extremistas quando realizava um aborto legal, autorizado pela Justiça. Além disso, estarrecidos, acompanhamos ainda comentários nas redes sociais, de pessoas que deveriam defender e proteger a criança, como uma professora e um padre, negando o estupro, em exemplos claros da cultura da culpabilização da vítima que ainda impera no país”, destacou Jó Pereira.
Sobre as convidadas
Gabriela Mansur é hoje uma das principais vozes no país em defesa dos direitos das mulheres. Mestranda em Direito Político e Econômico pelo Mackenzie e especialista em Violência Doméstica pela Universitá di Roma, na Itália, a promotora coordenou por seis anos o primeiro Núcleo de Combate à Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Ministério Público de São Paulo e integra o Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica do MP paulista.
Entre outros projetos, a promotora é uma das idealizadoras e presidente do Instituto Justiça de Saia, dedicado à promoção e defesa dos direitos das mulheres, à prevenção e ao enfrentamento da violência contra as mulheres e ao empoderamento feminino, inclusive por meio da oferta de serviços jurídicos, psicológicos e médicos.
Doutora em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco, Elaine Pimentel é professora adjunta do curso de graduação e mestrado em Direito da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Tem experiência em pesquisas de extensão nas áreas Direito e Sociologia, com ênfase em Criminologia, atuando principalmente nos temas feminismo, gênero e segurança pública.
A professora é líder dos grupos de pesquisa Carmim Feminismo Jurídico e do Núcleo de Estudos e Políticas Penitenciárias (NEPP), além de outros. É também diretora da Faculdade de Direito da Ufal e voluntária na ONG Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM).