O Atlas da Violência 2020 mostrou que no ano de 2018, Alagoas ocupava o estado com maior diferença entre negras e não negras e que os homicídios foram quase sete vezes maiores entre as mulheres negras.

No estado, segundo o estudo anual produzido pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) divulgado nessa quinta-feira (27), em 2017, 104 mulheres negras foram mortas.

Já em 2018 é possível perceber uma redução já que, no ano, 55 mulheres negras foram vítimas de homicídio. Quando se fala em não negras, no mesmo ano, 3 foram mortas.

No Brasil, no ano de 2018, 68% das mulheres assassinadas eram negras. A diferença fica explícita quando se compara a taxa de mortalidade por homicídios de mulheres que não são negras. A taxa de mortalidade de mulheres não negras foi de 2,8 por 100 mil, entre as negras a taxa chegou a 5,2 por 100 mil, praticamente o dobro.

A diferença fica ainda mais explícita em estados como Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, onde as taxas de homicídios de mulheres negras foram quase quatro vezes maiores do que aquelas de mulheres não negras. 

Em relação à desigualdade racial, 75,7% das vítimas de homicídio eram negras. Segundo o estudo, para cada não negro vítima de homicídio, morreram 4,7 negros no Ceará. 

Os números são ainda maiores em Sergipe (5,1), na Paraíba (8,9) e em Alagoas (17). Para cada não negro assassinado, 2,7 negros são vítimas de homicídio.

O estudo mostrou ainda que em 2018 ocorreram 57.956 homicídios em todo o país, o que representa redução de 12% em relação a 2017.