Está cada vez mais forte o consenso entre o mundo político e as Forças Armadas quanto a necessidade de alterar a Constituição e obrigar a passagem para a reserva dos militares que vão ocupar cargos civis no governo.
A preocupação decorre da presença de militares da ativa ocupando cargo político no governo Bolsonaro e fazendo política, caso concreto do ministro da Saúde general Eduardo Pazuello.
O alerta surgiu ainda com mais força quando ele distribuiu recursos carimbados para atender os Estados de senadores e deputados alinhados ao governo federal.
E também por ser o responsável pela distribuição da cloroquina, medicamento insistentemente defendido pelo presidente da República.
É que há o temor de que a saída e o retorno dos militares leve aos quartéis a politização, a identificação e a defesa com alguma liderança, partido, ou grupo político.
Por isso a defesa nos bastidores por parte de comandantes dos militares é de que é dever do" militar manter a neutralidade, o apartidarismo e a imparcialidade no exercício dessa função de Estado".
Essa mesma ideia também deverá atingir magistrados e membros do Ministério Público para que possam disputar eleições ou exercer cargo no Executivo (leia aqui).
Militares e policiais também vão entrar nesse pacote.
O objetivo é interessante: evitar a politização da toga, das armas, enfim, impedir a boquinha, a corrupção, a troca de favores enquanto ainda esses profissionais estão nos cargos, na ativa.
A bola agora está, inicialmente, com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), simpatico a essa mudança consitucional.