Agosto chegou.Pode entrar, meu Velho,a casa é toda sua!
Não lembro de tê-lo conhecido na infância, mas, na adolescência sempre me perguntei porque aquele "índio" me aparecia e desaparecia feito "assombração". Sim, eu tinha medo. Muito!
Demorou um tempo de folhinha para sabê-lo e perder o medo, mas,o Velho, nunca desistiu. Sempre esteve por aqui, sendo raiz, palhas de abrigo, trazendo a energia do universo . Nas últimas seis décadas foi presença marcante, arrodeando as esquinas da minha vida. Silencioso e protetor. Puxou-me das profundezas de muitos precipícios de vida. Abraçou-me quando a solidão do mundo tentou, tantas vezes, me engolir inteira. Alertou sobre máscaras alheias, mas, não impediu d'eu tentar descerrá-las. Deu-me o livre árbitrio para caminhada, mas, se fez colo ,quando a alma se abria em alegrias explosivas ou dores dilacerantes.
Quando O descobri,verdadeiramente,( mesmo não sendo "feita" ), tornou-se minha referência, meu grande amor, a força que opera curas, rituais profundos de mudanças.
É meu mestre, um tesouro invisível. Dono da minha cabeça. Meu guia. O Babá que amo tanto,muito mesmo.
Agosto é o mês de Obaluaê,
Peço-te proteção,meu Velho. Meu Babá.
Atotô, Ajubero, Atotô, Obaluaê!
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