No dia 31 de Julho, Dia Mundial da Mulher Afrikana, um dos top trends da semana é a Doutora Stella Immanuel.

31/07/2020 14:23 - Raízes da África
Por redação
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Renato Gama, escreve:

"Stella é uma médica preta, do Continente, mais especificamente de Camarões. E tem ganhado publicidade mundial, oportunizada pelo supremacismo brã,  devido seu posicionamento em favor do uso da Hidroxicloroquina para cura da Covid-19, conjugada com outras substâncias. Segundo a doutora, mais de 350 pacientes foram curados por ela, com zero perdas.

Doutora Stella ou Doutora Immanuel está ancorada num contexto de uma pessoa preta infelizmente altamente colonizada, e que ganha tamanha visibilidade por nenhum outro motivo, que não esse.

Através da colonização mental, Dra Stella se torna o clássico bode espiatório dos supremacistas.

Os supremacistas brancos nunca deram a menor visibilidade pra qualquer médico preto ou preta. Você não acha MUITO estranho que estejam dando tamanha visibilidade, espaço e "liberdade" justamente pra ela?

Durante toda sua vida até aqui, quando foi que você viu um (a) médico (a) afrikano (a) ter espaço pra falar o que bem entende sobre suas convicções de tratamento, cura e espiritualidade?

Dra Stella é cristã.  E, a partir desse lugar, culpa bruxas e demônios pelo surgimento das doenças. Não preciso esmiuçar o cristianismo, né?

Você ainda se lembra que há mais de 2 meses a Ilha de Masagascar,  País que compõe o mesmo Continente Afrikano de onde a Dra em questão é originária, foi desprezada por apresentar uma bebida natural, à base de Artemísia, para a prevenção e tratamento da Covid-19?

Por que você acha que a Dra Stella, camaronesa que defende o tratamento da hidroxicloroquina é catapultada, enquanto Madagascar com seu tratamento natural é soterrada?

De novo, e outra vez: Se tá bom pros brancos, tá ruim pra nós!  

Na imagem, a clássica analogia com o filme "Corra". Que, se bobear, você acha normal e nada constrangedor ainda não ter assistido

Talvez a presente analogia entre Dra Immanuel & Corra seja a mais didática possível pra provar que, ao fim e ao cabo, não há a menor diferença entre os brã de direita ou de esquerda que nos colocam no centro do palco. Ambos agem como os caçadores que colocam a isca ou a caça em campo aberto pro abate. Ou diretamente no prato, para serem devoradas no próximo banquete.

Fazer juízo de valor entre direita e esquerda é brigar pra reivindicar o lugar de isca. Ou o lugar de caça. Em ambos, você perde. Em ambos, nosso povo africano agoniza e procrastina uma atuação autônoma."

Fonte: Renato Gama.

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