São Paulo, Brasília, movimentações e erros na política

29/07/2020 11:05 - Voney Malta
Por redação

Algumas movimentações políticas ocorridas em Estados estratégicos e na Câmara dos Deputados, nos últimos dias, estão interligadas e são essenciais para a eleição da Presidência da Câmara dos Deputados no injício de 2021 e ainda para a de Presidente da República, em 2022.  

As movimentaçoes do tabuleiro são as seguintes:  

1 - No primeiro caso, em São Paulo, o ex-governador e pré-candidato a prefeito na capital, Márcio França (PSB), já está associando o prefeito Bruno Covas ao governador também tucano João Doria.

A ideia é fazer da eleição para a Prefeitura de São Paulo a continuidade da disputa de 2018. Dos votos computados apenas na capital, França obteve 58%, Doria ficou com 42%. Por isso o socialista está divulgando o tema "Uma vitória minha é uma derrota do Doria".  

Caso o prefeito Covas saia derrotado, o resultado terá terríveis implicações na ambição do governador de disputar a Presidência da República. Uma derrota no município mais importante do país, local onde ocupou o primeiro cargo público derrotando o PT, tende a ser letal para as ambições do governador.

2 - No segundo caso, com envolvimento destacado do deputado federal Arthur Lira (PP), a saída do DEM e do MDB do bloco de partidos do Centrão atingiu a estratégia de Bolsonaro de ter apoio seguro na Câmara para os seus projetos e para barrar qualquer risco de impeachment.

O movimento de independência das duas siglas também implodiu, neste momento, o sonho do parlamentar alagoano de criar musculatura para sudecer Rodrigo Maia no comando da Câmara.  

É que a saída do DEM e do MDB do bloco deve atrair outros partidos dentro e fora do grupo para o lançamento de uma candidatura contra o governo e contrários a Arthur Lira.

São movimentações que caminham, ora enfraquecendo, ora fortalecendo, rumo ao embate definitivo de 2022 com eleições gerais.

Talvez Arthur e Bolsonaro tenham cometido aquilo que o alagoano Aldo Rebelo, ex-ministro e ex-deputado federal, teria batizado de “o errado perfeito”, que nada mais é do que uma série de decisões erráticas que acabam causando e viabilizando uma ação/reação que beneficia outro grupo.

E não há cloroquina, hidroxicloroquina, fakenews, nem o raio que o parta, que resolva ou tenha remédio para erros na política.

 

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