Hidroxicloroquina: Médico não será cassado se recusar prescrever

27/07/2020 10:22 - Voney Malta
Por redação

"Quem estiver contaminado com covid-19 e pedir para ser tratado com hidroxicloroquina e o médico se recusar ou mesmo o hospital não permitir, peça a um familiar ir a uma delegacia e fazer um boletim de ocorrência. De posse do mesmo, volte ao hospital e apresente-o ao médico e paço o documento de autorização para assinar". diz um texto que circula nas redes sociais.

"Se este médico se recusar a fazer a receita, vá ao Ministério Público e peça a cassação imediata do CRM [registro no Conselho Regional de Medicina] deste médico", afirma o texto encontrado pelo UOL sendo compartilhado "em especial em grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), entusiasta do medicamento".

O fato verdadeiro é que nenhum médico é (será) punido com  a perda do seu registro profissional caso se recuse a indicar ou prescrever qualquer remédio - tenha eficácia ou não comprovada - ou tratamento solicitado pelo paciente. O profissional tem ampla autonomia para atuar com o objetivo de oferecer o melhor cuidado.

Portanto, a informação que circula entre simpatizantes do presidente Jair Bolsonaro sobre como pressionar e intimidar médicos é completamente mentirosa (fakenews).

Por falar no principal defensor/vendedor da hidroxicloroquina, o garoto propaganda tem oferecido o medicamento - comprovadamente ineficaz para o tratamento do coronavírus-, para humanos e até para aves, caso das Emas, nos palácios onde Bolsonaro circula em Brasília.

Mais de 85 mil brasileiros morreram por causa do coronavírus. Isso dá mais de seis estádios lotados como o Rei Pelé, em Maceió, ou dois Nilton Santos, no Rio de Janeiro.  

Mas essa 'imagem' não parece tocar, alertar ou produzir alguma reação mais humana em parte dessa turma já amplamente conhecida e identificada nas redes sociais e no comando da política nacional.

 

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