Dia 17 de julho de 1997, eu estava na praça Dom Pedro II, defronte à Assembléia Legislativa Estadual (ALE), em Maceió, no protesto d@s servidor@s públic@s civis e militares de Alagoas 
Faz 23 anos. A mesma idade da minha filha.
Dia 17 de julho de 1997, eu estava com ela, ainda bebê, na aglomeração  das gentes dessalariadas, desesperadas. O protesto era pelos quase nove meses de salários atrasados. Quase nove meses de  constrangimentos, medos, profundas incertezas, quando  muit@s servidor@s venderam pertences da própria casa pra ter o que comer (eu fui uma delas). Outr@s se mataram. Lembro que pedi o PDV, depois recuei do pedido. Foi uma  época de desatinos. Muito,muito ruim.
Eu, como tant@s já vivia, no limite da exaustão, pela tensão de dias,terrivelmente indigestos, e precisávamos  ir à  praça para pressionar o governo. 
Eu,mãe solo e sem ter com quem deixar, carreguei minha filha  comigo. Era imperativo participar do momento. Vivíamos  sem perspectivas do dia seguinte.
Mas, em um determinado momento o clima de protesto na praça, tornou-se  tenso e um  policial ao me vê com  a menina nos braços, gritou-me:- "Sai daqui com essa criança, p*! Vai dar bala!"
Diante do ultimato desci, imediatamente, a ladeira da igreja da Catedral para sair do território de guerra, e no meio do percurso  ouvi o espocar do primeiro tiro. O  tiroteio  do levante do 17 de julho, comecara.
E o impeachment do  governador, também!
Tem 23 anos!

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